Fora, um grupo de pessoas apoia a greve das suas trabalhadoras. Fam-no desde a mais absoluta generosidade cara a elas. Algumhas som alunas, outras amigues, outras professoras também.

A atitude dum dos donos é fotografar de forma descarada às pessoas ali asistentes, e chamar à polícia.

Em “Beatriz Seijo Estudio” começaram esta semana passada umha greve indefinida. Questons como a readmisom dumha companheira despedida, a regularizaçom das categorias professionais de várias companheiras e a equiparaçom salarial estam acima da mesa.

Entre algumhas das atividades das pessoas em greve estám um obradoiro de pintura e outro de cerámica, que fam às portas do centro. Num deles a ideia é fazer umha bola de barro, como aquelas “Bolas do Dragom” da conhecida série de desenhos animados. Nom as vam guindar contra do escaparate do negócio, mas tampouco teria sido má ideia. A atitude da patronal é beligerante.

Umhas das cousas que carateriza a arte pudera ser esse aquel de trascendência e de rutura de moldes das estruturas materiais existentes, como o é a mercantilizaçom ou a exploraçom económica. Nom é, em muitos casos, por desgraça assi, como tinham denunciado as “Guerrilla girls” no seu momento, e outros muitos grupos. Digamos que há umha pugna constante entre a arte do poder e a arte das de abaixo.

Sabem as pessoas que convocaram esta greve do seu poder artístico. Sabem-no as suas “alunas”/companheiras artistas também, do absurdo afá especulativo frente a fresca criatividade desde o bairro. Esse poema que deu a volta ao mundo, acompanha-as:

“Son cosas chiquitas.

No acaban con la pobreza

no nos sacan del subdesarrollo,

no socializan los medios de producción

y de cambio, no expropian las cuevas de Alí Babá.

Pero quizá desencadenen la alegría de hacer,

y la traduzcan en actos.

Y al fin y al cabo, actuar sobre la realidad

y cambiarla aunque sea un poquito,

Es la única manera de probar

que la realidad es transformable.”

(Eduardo Galeano)