Diz-me umha amiga: com que ficas da visita a Teixeiro? O caminho a umha prisom galega pode ser formoso. Terras de Sobrado, com singulares mosteiros que embelecem o caminho ao passo também do rio Tambre. Um silêncio verde que agrada entre casas e árvores centenários, certa desertificaçom humana mas ainda muita vida natural, pouco eucalipto, muito prado. Assi era a maior parte do nosso País há um século… Depois, à chegada desse edifício gris situado no meio da aldeia de Paradela: comportas que se abrem e se fecham de forma estrondosa e que torturam também as familiares, mamoneios funcionariais variados, arbitrariedades diversas e um ambiente que só se vê nas prisons dumha feira com todo vendido e um tédio menos pulcro que o dos hospitais e o dos tanatórios.

Ela é forte, sábia. Diz, coa sua presença que “resistir sempre é vencer, que a memória nom deve perder-se nem a perspetiva histórica. Os caminhos som coletivos e ninguém é mais que ninguém, diz. A conexom entre geraçons experiências de luita nom deve perder-se nunca”.

Confesso que visitá-la ajuda-me a superar certa adiçom/inércia com o uso do telemóbel/redes sociais. Ela, que vive agora obrigada a habitar dum jeito similar ao século XX, com apenas TV, que tem trás de si umha histórica trajetória combativa por escrever, condenada a várias décadas de prisom, dá-me várias liçons sobre saber estar no mundo, e sobre a força do querer.

Certo é que nom obtenho respostas concretas para estes tempos atuais nem para os que venhem, porque essas devem vir também dumha prática comunitária, do ensaio-erro constantes, da arriscada aventura pola construçom de contrapoder, dalgum jeito ou doutro. Entom o que fica é a capacidade de aceitar as próprias limitaçons. Ela, as de estar presa; eu, nós, a minha geraçom (?), a de saber-nos limitades, repressaliadis também em maior ou menor medida, mas com a alegria de questionar, questionar-nos, de dialogar e imaginar algumha outra realidade.