A notícia do passamento de Luz Fandiño, militante galega, poeta e pessoa solidária com inúmeras causas populares, espalhou-se vertiginosamente polas redes sociais. De origem obreira, conscienciada com a causa galega na emigraçom, militante nos anos 80 e 90 do sindicalismo nacionalista e no independentismo, volcou-se nas últimas décadas de vida na luita feminista, e fijo-se presente no mundo literário como autodefinindo-se como “poeta analfabeta”.
Originária do bairro de Sar, em Compostela, emigra à Argentina a inícios da década de 50, onde entra em contacto com círculos galeguistas herdeiros da Sociedade Nazonalista Pondal e do grupo de exilados agrupados por volta do Conselho da Galiza; nos anos 60 emigra à França, para retornar à Galiza a finais da década de 70. Envolvida no nacionalismo popular durante a chamada “democracia”, solidária sempre com as presas e presos independentistas, devota-se no século XXI à criaçom literária com funda pegada social: a sua pluma sairam obras como “Farangulliña de neve” (1998) ou “O pracer de envellecer” (2014), para além de participar em vários volumes colectivos.
Incansável na sua participaçom em actos, mobilizaçons e vindicaçons populares de todo tipo, o seu reconhecimento social medrou com os anos, e mesmo nos últimos anos, as próprias instituiçons valorizaram o seu contributo para o progresso social. No ano 2023, recebeu na modalidade “Trajetória”, o Prémio “Begoña Caamaño” pola igualdade de género, concedido pola Deputaçom da Corunha.

Reconhecimento popular

Após ser despedida num acto civil no tanatório de Boisaca na segunda feira 29, o movimento social, e as inúmeras pessoas que partilhárom com Luz Fandiño vida e luitas, convocam um acto de celebraçom no vindouro domingo 5 de maio. Será no Auditório do Museu do Povo Galego, um lugar de referência para a memória do país, que nesta ocasiom despedirá umha veterana luitadora, que nos despediu aos 92 anos de idade, depois de décadas de serviço incansável às causas colectivas.