No canal de youtube “Chaves da nosa história”, o professor e militante galego César Caramês vem de difundir um completo video de investigaçom sobre a Revoluçom de 1846, agora que se cumprem 178 anos da proclamaçom dum governo galego que desafiou polas armas o poder de Madrid. Fruto dumha prolongada revisom das hemerotecas, e dum acabado trabalho de montagem documental, o episódio pom ao alcanço de todo o nosso povo a verdadeira dimensom duns factos que a visom autonomista, dominante na academia, tem difundido sobre os feitos de abril.

Com cuidada ediçom e música de fundo, César Caramês desmonta no video, um por um, os pobres tópicos que apresentam o processo revolucionário liderado por Faraldo como umha simples insurrecçom militar espanhola com aderências sentimentais provincialistas. Explica porque à recém estreada autonomia lhe interessava um relato inócuo sobre o verdadeiro feito fundacional da naçom galega contemporánea, que nom é cultural nem literária, senom ideológica, política e armada.

As cinco ideias chaves que apresenta o documentário som, primeiro, que o pronunciamento militar de Solis e a revoluçom galega som dous feitos diferentes que se encontram no tempo, nom sem conflito; e que a segunda levou, por palavras do cronista Bernardo Barreiro, a que “A Galiza e a Espanha se declarassem em certo jeito separadas”. A revoluçom foi um processo baseado em juntas locais que se coordinárom num governo galego, que “aboliu as leis do governo de Madrid” e tomou medidas a prol das classes populares, sobretodo fiscais.

Segundo, que a situaçom económica e a crescente pressom fiscal do liberalismo espanhol explica o processo, e a possibilidade de que voluntários civis engrossem um corpo que se chama “Exército Libertador da Galiza”, que envolveu até 2000 homens, feito que traça paralelismos com outros processos revolucionários na Europa.

Terceiro, que a timidez de Solis e a deserçom de Leoncio Rubín, chaves na dimensom militar da insurrecçom, possibilitou o sucesso dum importante exército de ocupaçom enviado de Espanha e liderado polo General de la Concha, curtido na repressom das revoltas independentistas americanas. Mas que a pesar da derrota de Solis, as brasas da revoluçom permanecêrom por dias em lugares como Lugo, e em forma de guerra de guerrilhas dos restos das divisons rebeldes.

Quarto, que o nome ‘provincialistas’, explicado pola historiografia dominante como enunciador de certa ambiguidade nacional, era o nome que recebiam na época os movimentos pola maior autonomia das naçons americanas, logo derivadas em independentismo. E que independentismo, socialmente avançado, à altura do melhor pensamento europeu, era o afirmado por Faraldo na imprensa que liderava, razom pola que o seu vozeiro “El Porvernir” foi censurado.

E quinto, como conclusom, que nenhum dos grandes feitos que protagonizam a Galiza contemporánea, do Rexurdimento ao actual independentismo, podem ser compreendidos sem a achega da Revoluçom de 1846. Podes visionar o video na íntegra nesta ligaçom.