O trauma coletivo mais profundo que arrasta o nosso povo é o franquismo. Este marcou cumha cruz umha ferida na que aninharam futuras infecçons que sofremos a dia de hoje: a situaçom do nosso rural é o exemplo mais palpável.

A cruz, como símbolo, acompanha-nos historicamente e por vezes serve ou tem servido de faro e de sinal para caminhantes e marinheires, mas também como marca de sacrifício e, sobretodo, de loito.

O certo é que nom podemos nem poderemos ser alheies à cruz em todas as suas acepçons, e, assi como marca umha linha divissória dum poder estatal que vem de longo, também marca a suor dos canteiros na pedra ou um aviso sobre as dissidências de género.

O “Cristo” que há nessa casa da aldeia é um escrito sémi-espido e ensanguentado e que nom pode erguer a cabeça. E nom deixa de descrever umha realidade intrísinseca à história mais recente. Mesmo se poderia dizer que lembra as matanças do genocídio de 1936. Que ninguém esqueça o martírio.

Porém, os símbolos e as iconas que empaparam todo o século XX foram paulatinamente deixando de ter o poder que tinham. A velocidade das imagens que atravessam as ecrás e o intercámbio de informaçom constante fai que seja dificil estabelecer quais som os símbolos do poder e quais nom. Entom, fai-se necessária outra forma de comunicar. Mas qual é a forma? O outro dia, a companheira presa Asunción Losada Camba insistia em nunca, nunca renegar do cara a cara.

Há símbolos que empapam a conciência coletiva profundamente, mas estes som sempre símbolos explicados e consensuados por instituiçons dum ou doutro tipo, desde prismas a maior parte das vezes contraditórios e sem umha evoluçom fechada. A acçom e o diálogo som sempre anteriores aos símbolos; os quais seguem a ter um valor importante sem serem cruciais:  Quando o projeto Estreleira inça de bandeiras o País ou cada vez que em Monterroso agromam as bandeiras LGTBIQ+ polo Agroqueer, é que há um fervedoiro de pessoas cumhas pretensons libertadoras e umhas praticas que som afirmadas de diverso jeito, representando os símbolos cada um dos pontos mínimos desde o que agir umha outra realidade imaginada, que parte dumha realidade reprimida anteriormente. Quando resgatamos a memória simbólica popular ou afirmamos outras novas, conetamos também com passados e futuros contraditórios  como umha forma de afirmaçom, mas também de resistência.

Quando temos conciência da diversidade, das contraditórias raízes, e da necessidade de pôr voz aos setores mais oprimidos, temos conciência também do território e das suas gentes. Quando lembramos os genocídios, tratamos também de tender pontes cara a necessidade de tombar profundas opressons que nos abatem. Cousa sempre a fazer coletivamente…