Ela tem alzheimer. Passa os seus dias numha residência vinculada ao PP, gerida de má maneira. O lugar tem certo parecido a um cárcere, com as cousas positivas de estar em certa liberdade, e com as negativas de ser umha instituiçom total: arbitrariedades no trato dos “superiores”, falta de intimidade, vida fora do contorno próprio com o choque que isso conleva, massificaçom, contágio de outras enfermidades (mentais e nom mentais). É um modelo de cuidados, e cumpre ter dinheiro.
Ele move-se cada semana de Ourense a Corunha. O seu pai está doente. Apenas há mais familiares e o trabalho é muito. Matina se pagar alguém mas nom há dinheiro. Conhece outros casos, nos que sim conseguem pagar alguém mas tampouco é abondo.
Elis vivem no Courel, numha aldeia. Som várias as casas com pessoas que quase nem saem da cama que som cuidadas entre as vizinhas, e com umha pouca de ajuda institucional ou empresarial, que nom é abondo. É o que fica dumha comunidade que esmorece a passos agigantados.
Ela é imigrante. Reside de interna numha casa numha vila galega. Nom tem tempo nem para ir comprar roupa. Nom tem permiso de residência e trata de empadroar-se. Tem duas filhas no Peru numha situaçom de precariedade absoluta. Nom tem intimidade. Sofre racismo.
Ela é umha mulher abnegada, como querem alguns. Cuida do seu sogro, e quem trae o dinheiro à casa é o seu marido. É o modelo tradicional do nosso País, que muitos defendem a olharem para outro lado ou erguendo os ombreiros.
Modelos há vários, e todos estes modelos nos soam de algo. Vivemos num país no que é impossível obviar esta realidade e que precisa dumha política estratégica de autogestom nacional dos cuidados. Há quem fala de cooperativas, há quem pom todo o seu esforço nas esperanças do poder institucional, há quem confia no apoio mútuo dumhas relaçons menos patriarcais ou a volta às aldeias, mas é certo que ante a realidade crua que se observa e cada vez maior há pouco debate sério e pragmático arredor do “que fazer” e poucas propostas reais; mui pouco ativismo em torno a isso.
Há movimentos como o independentista, que por umha questom geracional e pola necessidade de erguer-se dos golpes repressivos constantes, entre outros motivos, nom aprofundamos o suficiente nesta questom ainda que a tivéramos na mente e luitáramos também por resolvê-la em maior ou menor medida. Os cuidados vam muito mais alá dumha sanidade pública que esmorece, e tenhem umha forte carrega de questons ligadas ao patriarcado, à destruiçom da identidade nacional e da desestruturaçom do País, e também à problematica do racismo e a desregularizaçom das pessoas que venhem à Galiza a viver e trabalhar. Sementam esperança algumhas pequenas iniciativas, como A Morada , em Vigo, de algumha associaçom parroquial ou de associaçons como a dos pacientes do Asociación de Pacientes e Usuarios do CHUS