Sonsoles Moa Costa é de Ponte Vedra. Tem 28 anos e vive em Ourense. Estudou Integraçom Social e Educaçom Social e crê que estas profissons fundamentam-se em algo que a levou a militar no BDS, a defensa dos Direitos Humanos. Conversamos com ela sobre o movimento de boicote ao Estado de Israel e sobre a situaçom do povo palestiniano.

Imagem: Sonsoles Moa

Quando e como se formou BDS? Como chegou à Galiza?

O movimento BDS formou-se em 2005; foi a própria sociedade civil palestina a que chamou a aplicar boicotes, desinvestimentos e sançons ao Estado de Israel, como forma de pressom nom violenta para acadar a liberdade, a justiça e a igualdade, já que Israel leva 75 anos incumprindo o Direito Internacional e oprimindo o povo palestino baixo o regime de apartheid, submetendo-o a limpeza étnica, colonizaçom, ocupaçom das suas terras e genocídio. A Galiza o BDS chegou através de ativistas comprometidos e comprometidos com esta causa, no ano 2010. A presença de Shlomo Ben Ami num ato do Jacobeu foi um dos detonantes que fizeram surgir o movimento no país.

Por que decidiche passar a formar parte deste movimento?

A minha militáncia no BDS vêm polo meu convencimento de que é crucial luitarmos contra as injustiças e dar o nosso apoio ao povo palestino; penso que a solidariedade internacional é essencial para enfrontarmo-nos a todos os sistemas repressivos. Acho que formar parte do BDS é umha boa maneira de luitar pola igualdade e a justiça.

Qual é a situaçom em Gaza agora mesmo?

A situaçom de Gaza é cada vez mais crítica. As palestinianas sofrem um bloqueio continuo, violaçons dos direitos humanos e vivem em conflito persistente, o que considero que deveria chamar a atençom internacional e tratar de conseguir umha soluçom. Ademais das cifras, que ascendem a mais de 30.000 pessoas assassinadas e desaparecidas na faixa de Gaza, as quase 2.000 massacres cometidas polo exército de ocupaçom israelita; penso que o povo palestiniano também tem outra problemática, que é a desumanizaçom das pessoas assassinadas, a criminalizaçom e o escárnio público que estam a sofrer pola sua resistência, como se esta nom fosse um direito.

Quais som os vossos objectivos e linhas de atuaçom, neste momento, na Galiza? 

O objetivo principal de BDS é instar a pressionar Israel para este respeitar o Direito Internacional, finalizando a ocupaçom e colonizaçom das terras palestinas, o reconhecimento da plena igualdade das pessoas e que, em geral a comunidade internacional, garanta o cumprimento das resoluçons que Israel incumple sistematicamente, ponhendo em marcha um processo de paz. Quanto às linhas de atuaçom, centramo-nos na sensibilizaçom sobre a situaçom na Palestina, nos boicotes aos produtos ligados à ocupaçom deste país e a pressom às instituiçons para que se desvinculem de investimentos que apoiam violaçons de direitos humanos.

Imagem: BDS Galiza

Qual é a resposta da gente de aqui quando entrades, por exemplo, num Carrefour, a denunciar que esta empresa é cúmplice do genocídio?

As acçons de boicote adoitam ter umha valoraçom interna mui positiva. Eu acudim a umha das acçons de boicote ao Carrefour em Ourense, e penso que é um jeito de conseguir que, quando menos umha pessoa, dea a volta quando lhe damos a informaçom de por que estamos ali e nom entre a mercar produtos num estabelecemento que é cúmplice do genocídio. No caso desta acçom da que falo, foram várias as pessoas que decidiram nom entrar a comprar ali depois de que as informaramos.

Em geral, como reage a gente quando vos conhece?

A gente quando nos conhece, pois ao princípio achegavam-se a preguntar e tinham como mais dúvidas, mas penso que cada vez mais há maior número de pessoas que assiste às manifestaçons e concentraçons e existe maior conscienciaçom sobre o que está a passar. Penso que queda muito por percorrer, mas é importante que cada vez mais gente se dea conta da situaçom que vivem os palestinos e palestinas. Também crecem os grupos de trabalho do BDS, nos que nos organizamos dumha maneira horizontal. No meu caso pessoal, na minha contorna, cada vez há mais preocupaçom por este tema. Ainda assi, eu som bastante crítica com a quantidade de pessoas que tenhem em redes sociais umha espécie de ciber-compromisso com a causa, já que opino que a militáncia nom se fai só por trás dos ecrás.