Davam chúvia. As praias estavam valeiras. Os meios do Estado, por nengumha parte. Para a Xunta nom havia declaraçom de alerta. Algum carro aparcado da TVG. Ainda nom chegaram esse dia os meios internacionais, mas, paradoxicamente, informavam mais que os nacionais. Ainda desde o PP se atreviam a dizer que os pellets “nom eram tóxicos”, estando antes durante semanas a intentar agochar o desastre.

Ele estava preocupado pola desgraça que pudera deixar o verquido e ainda os meios apenas informavam nada. Mas sabia-se. Ao menos em certos círculos, bastante amplos.

Percorreram várias dúzias de kilómetros e puderam olhar um panorama desde Noia até Muros. As praias estavam valeiras. Haveria contaminaçom ali? Depois comprovaram que si.

No grupo de washapp do voluntariado autoorganizado digeram-lhes que acodiram a Area Maior.

O que viram ali foram dous ou tres grupos de jovens e um pequeno grupo de quatro ou cinco pessoas contratadas por algumha empresa, sendo entrevistadas por algumha televisom.

Que jodidamente dificil era recolher essa merda! Lembrou-se de quando recolhia patacas, sem escarvar, e é como se tiver que procurar escaravelhos transparentes entre a Terra.

Umha das voluntárias falou-lhe: estavam procurando gente para trabalhar desde o Concelho de Muros, governado polo BNG. Ele “alistou-se”. Umha resposta institucional mínima a dos Concelhos de Muros e Ribeira, que deixam em evidência os meios de Xunta governado polo espanholismo e Governo espanhol. Hoje, semanas depois, agromam propostas de contrataçom ligadas ao caciquismo mais ráncio, e campanhas de marketing como a das familiares de Rueda.

É a incompetência vergonhenta, de novo, a clara ruina que conleva estar governadis por caciques e sem poder coletivo, sem independência sobre as decisons do nosso litoral, o encadeamento a um sistema capitalista mundial que nos destroe e que adota formas coloniais no nosso país… Todo isso, de novo, em forma de catástrofe, que se une ao espólio das eólicas e outros plans de destruiçom ambiental, à cumplicidade com o genocídio na Palestina… E para que ninguém se rebele, exercida está a repressom sobre o independentismo galego (com décadas de prisom às suas costas) e, de menor intensidade a recentemente sofrida sobre o grupo ecologista Futuro Vegetal.

O meu amigo tem amor profundo e intenso pola natureza. Nom se criou na costa, mas agora sente-se mariscador. Trabalha de sol a sol recolhendo esse lixo como centos de compatritotas, assalariadas e nom assalariadas. Como diz Suso de Toro: “Ai estám as mans do povo galego (…) Somos mais fortes do que nos dim, do que nos querem fazer”. Quando cansa, olha para o redor,inspira polo naris e observa a imensidade do mar e pensa para si: “Estou no jodido paraiso”.

Aquele dia, o primeiro dia que acodera de voluntário, alguém deixou, a modo simbólico, umhas bolsas com lixo dentro enriba dum carro da Xunta aparcado nom precisamente ao lado da praia, porque ali nom estavam. Quem o fixo nom deixou enriba pellets, por nom contaminar mais.