As rias galegas volvem a ser notícia, mais umha vez por umha desfeita ambiental que é reforçada por negligência política. Assim o denunciam as redes sociais e organismos de todo tipo, de organizaçons ecologistas e cívicas às forças do nacionalismo e do independentismo. Agora, a imprensa alternativa e distintos perfis nas redes apontam que a Xunta tinha notícia já no passado mês do vertido massivo de microplásticos em Muros-Noia e Arousa, mas que apostou por inibir-se institucionalmente e limitar a informaçom.

Meios nom obedientes ao poder espanhol, caso de Nós Diario ou O Salto Galiza, anunciam hoje, véspera de Reis, que o Partido Popular ocultou decididamente “durante dias e nalguns casos durante semanas” a última das desfeitas ambientais das que temos notícia. No passado 8 de dezembro, milhons de microplásticos de uso industrial e doméstico vertiam-se acidentalmente frente as costas de Viana do Castelo, em Portugal. As correntes marítimas levárom parte desta cárrega nociva às mais nortenhas das nossas Rias Baixas, as de Arousa e de Muros e Noia.

Graças a informaçons da mídia comercial, sabemos que o Ministério espanhol polos Transportes contactou com a Xunta para lhe dizer que o buque Toconao, de bandeira liberiana e procedente do sul de Espanha, perdia parte da sua cárrega. Mas agora sabemos também que nom foi até o dia 13 de dezembro que os concelhos galegos de Muros-Noia e Arousa recebêrom informaçom oficial.

O facto de que as costas galegas estejam baixo competência directa de Espanha tem consequências, como vimos em outros episódios históricos. Também que a Conselharia do Mar esteja em maos do PP, que se prepara para umha dura contenda eleitoral na que deve evitar qualquer mostra de ineptidom. Em declaraçons a O Salto, a alcaldesa de Muros, a nacionalista María Lago Lestón, confirmou que este concelho costeiro “nom recebeu umha comunicaçom oficial” por parte das administraçons responsáveis. Muros apenas recebeu a directriz de que “corresponde aos concelhos a limpeza das praias”. Desde a Conselharia do Mar, defendem a sua inacçom afirmando que “polas características dos plásticos,nom é possível a limpeza por meios marítimos, tendo que realizar-se esta assim que os plásticos chegam a costa”, palavras que de modo indirecto apontam à responsabilidade municipal. Mais alcaldias nacionalistas, como a de Ribeira, desmentírom qualquer papel activo da Xunta na gestom do episódio: “que está a coordinar a limpeza é simplesmente umha mentira”, declarou na mídia Pérez Barral, alcalde de Ribeira.

Vozes de alarma e denúncia

Com a memória do Prestige ainda fresca, as redes sociais fervem com a notícia. Nom se conhece a dimensom do dano ambiental, e certas vozes críticas com a Xunta chamam a “nom criar alarmismo”. Apesar da conteçom da análise, fica claro que os microplásticos som umha ameaça para aves e peixes, e que através destes últimos, a possibilidade de entrarem na cadeia alimentar dos humanos é clara. As confrarias de pesca olham com preocupaçom o acontecido, desde que tampouco nom recebêrom comunicaçons oficiais da Xunta dando conta da magnitude do acontecido. Tampouco o governo autonómico respondeu à demanda de colectivos ecologistas como ADEGA para activar o Plano de Contingência por poluiçom marítima accidental.

No mundo do mar, um dos marinheiros com maior projeçom social nas redes, Rogelio Santos, fazia umha leitura rigorosa e sobre o terreno da situaçom.

O portal de referência da informaçom científica em galego, Galicia Ciencia, fazia-se eco da notícia e dava voz a pesquisadores de prestígo que reflectiam sobre possíveis efeitos na saúde da populaçom.

Cargos institucionais do BNG como Ana Miranda ou Noa Presas chamárom a umha actuaçom de urgência da Xunta e denunciárom o seu silêncio; também Opinadores do mundo nacionalista apontárom nos seus perfis os certos paralelismos que se dam na gestom desta crise e a macro-crise do Prestige, pois em ambas joga um papel central a cumplicidade com o poder da grande mídia, e a dosificaçom da informaçom.

No mundo arredista, as Assembleias Abertas Independentistas davam eco às informaçons fornecidas por Noia Limpa, e chamavam, ante casos como estes, a se envolver na dinámica da defesa da Terra.