No passado 13 de dezembro, um acto cívico despedia Lola Ferreiro Diaz, militante feminista e médica, envolvida em muitas causas justas, e particularmente na defesa e saúde das mulheres ante as múltiplas agressons do patriarcado. Umha das trincheiras que Lola Ferreiro ocupou foi a da luita pola saúde nas prisons. Maria Osório, ex-presa independentista que recebeu a sua assistência nas cadeias, recorda a sua figura. Este texto foi umha das várias intervençons de mulheres lidas na despedida de Lola Ferreiro nesta semana.
Todas temos nas nossas vidas batalhas que travamos a vida ou morte: todas temos os nossos desvelos, os nossos reptos inalcançáveis, os nossos sonhos, os nossos infernos… Sempre nessas batalhas hai um braço amigo que nos sostém, um colo no que chorar, um alento, a esperança. E quase sempre esse braço amigo é o de umha mulher.
Na minha descida aos infernos esse braço foi o de Lola Ferreiro. Por isso estou mui triste e profundamente apenada, porque sei que no fundo algo de todas nós, algo dessa força que nos inoculou para sair adiante, algo dessa chispa que tinha, se foi para sempre. E sempre está o risco de nom saber seguir ou de ficar na parálise perante as perdas colectivas grandes.
Falar dela é falar de valores universais necessários neste mundo de merda e profundamente injusto. É falar de sororidade, de solidariedade, de entrega desinteressada, de sabedoria… Todas essas cousas polas que merece a pena viver.
Ela ensinou-nos a apostar pola vida e a enfrentar um patriarcado que nos convida à morte e aos infernos. Nunca nos atemorizemos perante ele, perante eles, perante o capitalismo, perante o fascismo. É o melhor recordo que podemos ter dela: o amor à luita.
Viva a luita feminista sempre!
Até sempre companheira!