Na manhá da passada segunda feira, familiares e amizades esperavam na porta do penal de Teixeiro o preso independentista Miguel Garcia, que volvia pisar a rua trás quase um lustro em cadeias espanholas. Miguel fora detido no verao de 2019, no que foi o derradeiro arresto dum ciclo de detençons contra a luita ilegal independentista que se iniciara no ano 2005. Agora, o militante enfrenta na rua condiçons muito duras de liberdade vigilada; o organismo anti-repressivo Ceivar chama a manifestar-se contra esta nova limitaçom “aos direitos de todos e todas.”

Miguel Garcia fora apressado em junho de 2019 pola guarda civil, numha operaçom que levava também aos tribunais “antiterroristas” Antom Garcia, Assum Losada e Joám Manuel Sanches. Os dous primeiros levavam 13 anos na clandestinidade, e o Estado espanhol acusava-os de protagonizarem o movimento da resistência galega, muito activo na primeira década deste século na realizaçom de sabotagens. Miguel Garcia, junto com Joám Manuel Sanches (já em liberdade) foram acusados e logo condenados de dar apoio económico e logístico aos activistas fugidos, feito que reconhecêrom no seu juízo na Audiência Nacional no inverno de 2022.

Imagem: familiares Miguel Garcia

Condena e silêncio mediático

Com a libertaçom de Miguel Garcia pom-se de relevo outra das constantes do tratamento mediático do independentismo galego e nomeadamente da sua luita ilegal: umha enorme cobertura jornalística das rusgas e detençons, com umha reproduçom sistemática das notas de imprensa dos gabinetes policiais, e um prático silenciamento da sua saída em liberdade. Nesta ocasiom, a excarceraçom era ainda mais susceptível de ser noticiada, desde que com Miguel Garcia inauguram-se umha série de medidas restritivas da liberdade na rua sem precedentes na nossa história política.

Recebimento proibido e protesto de Ceivar

Umha das medidas mais chamativas das impostas pola Audiência Nacional é a proibiçom aos ex-presos de participarem no seu recebimento popular, o que de facto supom a proibiçom de todo recebimento. A bem vinda organizada e convocada do seu círculo pessoal e político, organizado polo independentismo com os seus e suas prisioneiras desde 1977, fica confinada assim à ilegalidade.

O próprio Miguel Garcia expunha num artigo neste portal as exaustivas medidas de controlo que terá que aturar durante um ano, entre as que se contam a proibiçom de expressar-se publicamente ou de deslocar-se fora da província de Ourense. Dando a conhecer esta bateria de medidas, e a ameaça que suponhem para os direitos fundamentais, o organismo Ceivar vem de convocar umha concentraçom na vindoura sexta feira 15 às 8 do serao na Praça do Ferro de Ourense.