Continua a intensa campanha em favor da memória histórica no sul da Galiza, impulsionada polo Comité de Recuperaçom da Memória Histórica do Val do Límia. Depois da colocaçom de vários monólitos em homenagem aos e às retaliadas, foi a vez de restituir a memória da corporaçom republicana de Moinhos, dissolta pola violência há 87 anos. No passado domingo, um acto cívico salvou do esquecimento umha outra das experiências, neste caso institucional, do movimento popular na nossa Terra.
No passado domingo 19 de outubro, a iniciativa do CMHVL e com colaboraçom municipal, celebrou-se em Mugueimes (Moinhos, Baixa Límia) um acto de desagravo da corporaçom republicana, dissolta pola força das armas no verao de 1936. O concelho republicano, na sua última legislatura, estivera em activo desde março de 1936 até o 24 de julho desse mesmo ano, quando todo o território galego caira já em maos das autoridades golpistas.
No prédio que em Mugueimes ocupara o antes dito concelho, dúzias de pessoas assistiram à colocaçom dumha placa de bronze que recorda os cargos públicos retaliados; no mesmo lugar celebrou-se umha palestra-homenagem, que serviu também como acto de formaçom e divulgaçom da história comarcal. Como representante da cámara municipal, interviu o tenente alcalde, Israel León; como descendentes das pessoas retaliadas, intervinhérom José Benito Rodríguez Valencia, neto de Benito Valencia Bouza, que fora secretário do Sindicato Campesino de Souto, e segundo tenente alcalde, passeado na ponte de Boado; e Josefa Seoane Delgado, a sobrinha de Demetrio Seoane, alcalde destituído e polo fascismo. Completou as intervençons Carlos Morais, presidente do CMHVL, historiador e militante, especialista em história local limiá relacionada com o genocídio naquelas terras do sul.
Intensa actividade antifascista
Desde a sua constituiçom em 2018, o CMHVL tem desenvolvido umha completa actividade rumada a rachar o silêncio imposto pola repressom e os posteriores pactos de silêncio do Regime de 78, focando-se especialmente no acontecido nos concelhos de Bande, Entrimo, Lobeira, Lóvios e Moinhos. Entre as diversas actuaçons da entidade conta-se a instalaçom de distintos monólitos que recordam as vítimas do fascismo; ainda no passado verao, em setembro, a CMHVL congregou por volta de 150 pessoas em Outeiro de Cela, por volta dum acto político e recital de poesia, para inaugurar um outro monólito a mais quatro vítimas do golpe em Moinhos.
Também temos noticiado neste portal outras iniciativas da entidade, como aquela que visa a retirada do busto do escritor falangista Eugenio Montes das ruas de Bande.
Para além disso, em cinco anos de andaina, o Comité tem editado seis publicaçons monográficas sobre repressom e resistência na comarca, o mais recente dos quais, escrito por Carlos Morais, vem de sair do prelo, com o título “Moinhos republicano e antifascista.”