Há já um ano que demoro num projeto editorial de enquisas e conversas que, por vezes, duvido se darei começado nem sequer. A minha ambiçom é tomar conta do estado de opiniom e reflexom sobre o futuro da Galiza no horizonte da globalizaçom: a Galiza fronte a seu próprio colapso. Assim e todo, o alvo nom é antecipar o que vai passar, senom dar conta do que pode passar, das possibilidades abertas no presente. Trata-se por tanto de escrever umha História do futuro tal que hoje.

No horizonte galego da globalizaçom o colapso aparece como umha evidência forte, como um feito da memória, coma umha realidade. Já há quase um século que gentes como Karl Polanyi amossaram o colapso nas origens mesmas dos processos de modernizaçom europeios, mas a serôdia modernizaçom da Galiza fixo-nos às geraçons hoje mais velhas -mas ainda vivas- contemporâneas desse colapso da Galiza agrária pre-moderna, rural, aldeã, paroquial.

No horizonte galego da globalizaçom o colapso aparece como umha evidência forte, como um feito da memória, coma umha realidade. Já há quase um século que gentes como Karl Polanyi amossaram o colapso nas origens mesmas dos processos de modernizaçom europeios, mas a serôdia modernizaçom da Galiza fixo-nos às geraçons hoje mais velhas -mas ainda vivas- contemporâneas desse colapso da Galiza agrária pre-moderna, rural, aldeã, paroquial. É por isto que para a maioria de nós, o colapso da Galiza tem forma dumha experiência pessoal, se calhar, dramaticamente revivida na actual vaga de polígonos eólicos. Porem, a globalizaçom mesma aparece arestora como umha pós-modernidade terminal, o horizonte último dumha modernidade a colapsar na sua última gram transformaçom. Há um amplo consenso crítico e analítico de estarmos a viver um câmbio global e de época, e seica os desesperados intentos de resgate dumha Ilustraçom esgotada som a melhor evidência do seu passamento. Galiza, que foi a primeira -e hoje é a mais velha- naçom latina da Europa, assoma-se também a este momento crítico, terminal, no que a transformaçom do mundo pode voltá-la definitivamente insignificante.

O mundo do que vimos, o nosso mundo de cultura europeia moderna, industrial, técnica, económica; está cheio de predicçons, pois ter umha história do futuro é parte do projeto da Ilustraçom do que abrolhou todo aquilo. Deste jeito, a História moderna construiu-se sobre o futuro tanto como sobre o passado. Há uns anos, e no contexto da grande crise de 2008, o afamado economista norte-americano-libanês Nassim Nicholas Taleb deu-lhe umha rebulida ao catastrofismo para meter de novo a incerteza no dogma do progresso neoliberal, mas a impredezibilidade da História nom depende da supressiva apariçom dum cisne negro, senom da permanente muda dos devezos em causas, das expectativas em projetos, mesmo dos próprios médios em fins. A gente reagimos fronte às causas tanto como respondemos às expectativas e adoitamos nom distinguirmos umhas das outras. As pretensons de predizer a História nom fracassam por falta de informaçom, mas por quanto expectativas e perspetivas formam parte do humano. Os tempos históricos sucedem-se num sentido preciso, mas todo momento social fai parte nesse elemento projetivo, expectativo, de possibilidade, sem o que qualquer reconstruçom do passado resulta apenas compreensível.

Por tanto, a minha demorada expectativa é dar conta dessa história a futuro no presente, saber destes projetos a futuro da gente, das perspetivas e horizontes vitais para as novas geraçons e para as velhas, nos formulamentos privados, particulares, familiares, sociais, sectoriais. Cara onde miramos em Galiza quando pretendemos enxergar o futuro? Aparece a ideia “Galiza” no futuro globalizado? Em que consiste? Antecipar episódios do futuro tem umha utilidade moi relativa, e velai os oráculos, incompreensíveis até que o presente que anunciam chega e revela no contexto as chaves que permitem decifrá-los. Por tanto predizer que Galiza seguirá ou nom a existir em 2050 pode referir realidades moi distintas, mas como seja, som as questons levadas ao oráculo as que dam conta da preocupaçons e esperanças do momento.

Cara onde miramos em Galiza quando pretendemos enxergar o futuro? Aparece a ideia “Galiza” no futuro globalizado? Em que consiste? Antecipar episódios do futuro tem umha utilidade moi relativa, e velai os oráculos, incompreensíveis até que o presente que anunciam chega e revela no contexto as chaves que permitem decifrá-los. Por tanto predizer que Galiza seguirá ou nom a existir em 2050 pode referir realidades moi distintas, mas como seja, som as questons levadas ao oráculo as que dam conta da preocupaçons e esperanças do momento.