Se bem a balbúrdia produzida pola extrema direita acaparou o protagonismo mediático e marcou os ritmos políticos, os acordos de investidura entre o PSOE e os sectores mais institucionais e privilegiados do independentismo catalám merecêrom exame crítico no espectro oposto: naquelas correntes de opiniom e sectores políticos que mantenhem o horizonte de ruptura e soberania. Fazemos um pequeno repasso de certas posiçons galegas e catalás que ponhem em causa que estejamos ante um avanço das teses autodeterministas.

Umha das entidades mais representativas do independentismo sociológico, a ANC, restava toda legitimidade aos pactos, por considerar que afastava ainda mais o horizonte da secessom.

Na publicaçom independentista Estat Catalá assinava-se o alcanço do pacto entre PSOE e Junts pormenorizadamente, ponhendo em causa que inclua a opçom autodeterminista, e matizando que a amnistia se aplique indiscriminadamente, pois fica em maos da sua interpretaçom pola judicatura espanhola.

O director do portal informativo Vilaweb, em chaves independentistas, assinalava a nula coerência do acordo assinado, vincando em que de facto vai ser inaplicável, e lesivo para o lado catalám.

No canle informativo Octuvre.cat disseccionava-se polo miúdo outro dos acordos entre partidos espanhóis e independentistas, neste caso entre PSOE e ERC, assinalando-se que a avinça carecia de concreçons no que diz respeito a aspectos como a transferência de competências em transportes ou a amnistia.

No extremo oposto do arco político, um representante do espanholismo de esquerdas justificava o documento numha leitura profunda, salientando, por cima de todo, que o independentismo de Junts “renunciava à via unilateral”, e portanto à independência.

Consonte estas análises, os CDR amossavam a sua rejeiçom frontal a um pacto que consideram fraudulento e de costas à verdadeira vontade de independência. O fio que apresentam revela o conteúdo do acordo, que encaixa nas teses do Estado.

Este fio dum independentista de base considerava que a questom catalá está a deixar de ser um verdadeiro problema para Espanha após os pactos decididos.

No terreno da prática, o independentismo de base além dos partidos continuava a sua acçom de rua em favor dumha República catalá.

Vozes do independentismo galego apontavam aliás, em posiçons críticas, que as aparentes cessons do lado espanhol som apenas formais e declarativas.

Entre outras cousas, o mesmo perfil aponta que o questionamento dos excessos da judicatura espanhola som reconhecidos apenas como hipótese, e nunca como facto.

Em semelhantes posiçons arredistas, outras contas manifestavam a necessidade de nom se perder de vista o reparto de papel bipartidista que sostém o Regime do 78.

Para além da dinámica de partidos e entrando na análise dos sistemas, Pablo Pesado chamava a levar em conta como o projeto nacional espanhol se mantém alternando historicamente estratégias de pau de de cenoura, e como estas seduzem a parte dos independentismos.

Também desde a Galiza, esta outra conta chamava a atençom a rendibilidade social e eleitoral que a direita autóctone tenta tirar do sentimento anticatalám, historicamente forte.