Os três principais países europeios, o Reino Unido, a França e a Alemanha declarárom-se, junto com os USA e a Itália, “unidos e coordinados para garantirem que Israel poda defender-se”. Palestina leva bem anos a retratar a política occidental. Graças a esse apoio, o invocado direito de Israel à existência, um direito verdadeiro que nenhum estado capaz de conculcar pom em causa, traduze-se no direito à aniquilaçom dos palestinianos. A soma da herança colonial europeia e a responsabilidade europeia polo genocídio de seis milhons de judeus europeus europeus tem como absurda e trágica consequência permitir que Israel se proponha e cometa a destruçom dos palestinianos nom apenas como entidade política e nacional, mas como sociedade.
Estes três países foram primeiro responsáveis polo colonialismo judeu na Palestina. O Reino Unido pola declaraçom de Balfour de 1917, a prometer um fogar ao sionismo em terras que cumpria arrebatar a outros. A Alemanha polo holocausto, que logicamente precipitou logo o êxodo massivo para aquelas terras. A França, pola sua cumplicidade na detençom, deportaçom e eliminaçom de judeus através do colaboracionismo do seu governo com Hitler.
Estes mesmos países foram a seguir responsáveis por passividade do incumprimento dum acordo de paz alcançado em 1993 em Oslo, polo que os palestinianos renunciaram à luita armada em troca da formaçom, num prazo de cinco anos, do seu estado em Gaza e Cisjordánia, dacordo com as resoluçons da ONU. Três anos depois da sinatura daquela avinça, o general israeli que os assinara, Isaac Rabin, foi assassinado nom polos palestinianos nem por Irám ou algum estado árabe, mas por um extremista religioso judeu. O seu sucessor como primeiro ministro e também general, Ariel Sharon, torpedeou os acordos de Oslo. O assinante palestiniano dos mesmos, Yaser Arafat, acabou recluído na sua sede e finou em 2004, provavelmente envelenado por Sharon, recorda o veterano ex-jornalista de Beirut Rene Naba https://www.madaniya.info/2023/10/12/chronique-israel-palestine/
Os palestinianos nom tivérom o seu estado, Israel continuou a ampliar os seus assentamentos ilegais, retirou-se militarmente de Gaza para convertê-la em prisom sem os países europeus terem dito nem feito nada prático. Há quarenta anos que nom fam nada, para além de manterem a prisom israeli com infraestruturas, que o exército ocupante destrói periodicamente nas suas incursons. Ao contrário, premiárom a Israel com relaçons privilegiadas com a Uniom Europeia.
Os palestinianos nom tivérom o seu estado, Israel continuou a ampliar os seus assentamentos ilegais, retirou-se militarmente de Gaza para convertê-la em prisom sem os países europeus terem dito nem feito nada prático. Há quarenta anos que nom fam nada, para além de manterem a prisom israeli com infraestruturas, que o exército ocupante destrói periodicamente nas suas incursons. Ao contrário, premiárom a Israel com relaçons privilegiadas com a Uniom Europeia.
No que diz respeito o papel dos Estados Unidos, nom é preciso espalhar-se: foram o apoio principal da contínua violaçom israeli do direito internacional e as resoluçons da ONU. Sem esse duplo apoio americano e europeu, a atitude de Israel ia ser diferente, e o fim de 75 anos de colonialismo, umha figura do século XIX insostível no século XXI, muito mais provável.
Respecto al papel de Estados Unidos no es necesario extenderse: han sido el principal apoyo de la continua violación israelí del derecho internacional y las resoluciones de la ONU. Sin ese doble apoyo americano y europeo, la actitud de Israel sería diferente y el fin de 75 años de colonialismo, una figura del siglo XIX insostenible en el siglo XXI, mucho más probable. (…)
Ninguém ignora que doravante vai ser pior. Mesmo muito pior. Anuncia-se um massacre sem precedentes. A lei judea, dacordo com a que umha morte judea vale cem mortes palestinianas, actuará mais umha vez para lavar a humilhaçom de que o quarto exército do mundo fora surprendido desde a prisom a céu aberto mais vigilada do planeta por um grupo de milicianos suicidas. Com a importante salvidade das odiosas e atrozes mortes indiscriminadas e a tomada de reféns civis inocentes, a fugaz incursom dos milicianos recorda o desesperado levantamento judeu do gueto de Varsóvia de abril-maio de 1943: humilhaçom da potência racista ocupante e, passada a surpresa, devastaçom dos gueto. Nisso estamos.
A louca corrida de Israel segue o seu curso, mas em condiçons cada vez mais desacougantes, dado o contexto de múltiplo e crescente tensom bélica internacional. Israel é um país pequeno sem recursos naturais e rodeado de estados hostis e populaçons árabes radicalizadas por décadas de injustiça e aplicaçom da lei do funil. Nas próprias metrópoles europeias, Londres, Paris, Berlim…onde se proibem as manifestaçons em apoio à Palestina, palpa-se tal tensom. Os Estados Unidos, os grandes valedores de Israel, está em posiçom delicada. A sua guerra por poderes na Ucraína virou um buraco negro (90000 baixas ucraínas desde o início da desastrosa contra-ofensiva o 4 de junho, segundo declarou Putin o 5 de outubro, o dado é crível). As reservas de armamento estám esgotadas. O Pentágono está a se preparar abertamente para guerra com a China, enquanto livra indirectamente umha guerra contra a Rússia. Por se fosse pouco, Biden está no centro da liorta no interior do establishment americano, sem precedentes pola criminalizaçom entre candidatos adversários às presidenciais do ano vindouro.
Com a excepçom da Europa, a posiçom internacional dos Estados Unidos mingua no mundo inteiro. O governo estadounidense é menos potente agora do que o fora em qualquer momento da jeira posterior à Segunda Grande Guerra, recorda o activista e advogado canadiano Dimitri Lascaris: Palestinians launch devastating offensive when the U.S. can least afford it – Dimitri Lascaris: Activist Journalist Lawyer. E isto nom é assim apenas na África, América Latina e Ásia, senom nomeadamente no Oriente Médio, como deixou bem claro o acordo entre Irám e Arábia Saudi com mediaçom chinesa, e antes russa. Apesar da vontade saudi de achegar-se a Israel, as burdas provocaçons na mesquita de Al Aqsa reventam qualquer vontade do infame “guardiám dos santos lugares” por se alinhar com Israel.
“Se os dirigentes de Israel tivessem a previsom e a humildade de compreenderem que o domínio dos Estados Unidos nom havia durar para sempre, teriam assinado a paz com os palestinianos há muito tempo em condiçons favoráveis, quando o seu protector dominava os assuntos mundiais, mas a impunidade de Israel por décadas convertiu os seus dirigentes em fatos.
Desperdiçárom umha e outra vez oportunidades de paz em condiçons favoráveis, dado que o queriam tudo. Toda a Palestina histórica, cada centímetro dela. Agora estám atrapados pola sua própria fachenda e cobiça”, afirma Lascaris. E logo conclui: “neste delicado momento, o último que precisa o governo dos Estados Unidos é outro choque no Oriente Médio. As suas forças militares estám sobrecarregadas, a sua reputaçom está fanada, a sua política interior é um caos. Se Biden e o seu círculo íntimo tivesse algo de sentido comum, haviam-lhe dizer em privado a Netanyahu que Israel deve respostar com considerável circunspecçom. Malfadadamente, nom á motivos para acreditar que isso é o que vai fazer a administraçom Biden.”
*Publicado originalmente no blogue https://rafaelpoch.com/2023/10/14/palestina-retrata-la-politica-occidental/#more-1325. Traduçom do Galiza Livre.