Na passada semana, um novo documento científico, produto da pesquisa independente, circulava pola mídia, confinado a um plano secundário da informaçom pola imprensa empresarial. Nele, mais de 15000 cientistas que representan 163 países actualizavam um informe sobre a emergência climática mundial. O trabalho apresenta provas definitivas do perigo mortal que a humanidade afronta, com o estado grave de 20 dos 35 “signos vitais” que conformam a estabilidade da biosfera, e vem a confirmar que os sinais de alarme ambiental e social tenhem-se acelerado neste ano que remata.

Polo seu interesse e legitimidade, reproduzimos na nossa língua o chamado que a Aliança Mundial de Cientistas fai para conhecer e agir numha crise de magnitude nunca conhecida.

Os e as cientistas temos a obriga moral de alertar às claras a humanidade de umha ameaça de catástrofe. Na nossa pesquisa, apresentamos um conjunto de mostras gráficas da mudança climática ao longo dos últimos 40 anos. Os resultados mostram que as emissons de gases de efeito estufa estám ainda a medrar, com efeitos daninhos em incremento. Com poucas excepçons, estamos fracassando na hora de enfrentar este cenário.

A crise climática chegou, e está a se acelerar mais rápido do que muitos e muitas cientistas tinham previsto. É mais severa do que tínhamos antecipado, ameaçando os ecossistemas e o próprio futuro da humanidade. Sugerimos que existem seis passos críticos e interrelacionados que os governos e o resto da humanidade podem tomar para mitigarem os piores efeitos do processo, e estes implicam: 1) Energia, 2) Poluentes de curta vida, 3) Natureza, 4) Alimentaçom, 5) Economia, 6) Populaçom. Mitigarmos e adaptarmo-nos à mudança climática implica transformaçons no modo em que governamos, gerimos, nos alimentamos, e satisfazemos necessidades energéticas e materiais. Em certo modo, estamos estimulados por umha recente preocupaçom social sobre esta emergência: os governos fam declaraçons sobre a emergência climática. O Papa publica umha encíclica sobre a mudança climática. Adolescentes do ensino médio lançam greves. Leis ecocidas som demandadas nos tribunais. Cidadaos auto-organizados na base demandam mudanças. Nós, como cientistas, urgimos a conhecer os nossos signos vitais planetários, e antecipamos indicadores gráficos, para permitir àqueles que tomam decisons, e ao público em geral, a compreender a magnitude da crise, avaliar como esta evolui, e realinhar prioridades para mitigar a mudança climática. A boa notícia é que umha mudança transformadora, que inclua justiça económica e social, garante um maior bem estar humano no longo prazo que a simples lógica do lucro económico. Achamos que as perspectivas poderiam ser ainda maiores se os responsáveis da acçom política e a humanidade no seu conjunto respondem à nossa voz de alarma e à declaraçom de emergência, e agem para soster a vida no planeta Terra, o nosso único fogar.

A Aliança Mundial de Cientistas

A Aliança Mundial de Cientistas (AWS nas suas siglas em inglês) é umha assembleia internacional independente de organismos governamentais e nom governamentais, e independente também de empresas e corporaçons. Declaramos que, com o alvo de evitar umha miséria global causada polos danos catastróficos à biosfera, a humanidade deve praticar alternativas mais sostíveis do que a lógica do lucro que nos trouxo até aqui. O nosso papel e importáncia vitais procede da responsabilidade única das e dos cientistas como guardiáns do conhecimento humano, e valedores da tomada de decisons assente em evidências.

O objectivo fulcral da AWS é ser umha voz internacional colectiva de muitos e muitas cientistas em relaçom com a mudança climática, virando conhecimento acumulado em acçom. Outras organizaçons fam um trabalho encomiável na mesma direcçom mas, ao nosso juízo, a AWS é a única organizaçom independente de base composta por cientistas de todo o globo, comprometidos com bem estar da humanidade e do planeta.”

*O artigo está assinado por William J. Ripple, Christopher Wolf, Thomas M. Newsome, Phoebe Barnard, William R. Moomaw. Traduçom do Galiza Livre. Podes consultar as declaraçons e acçons da AWS aqui