Resulta paradoxal na era mais avançada da humanidade estarmos cada vez mais atravessados pola soidade nom desejada e pola falta de empatia. Nalgum momento do trajecto esquecemos o nível intermédio da pirâmide de Maslow, o terceiro, que abrange amizades e afectos, com o fim de acadarmos a auto-realizaçom, que seria a cúspide, esse que o capitalismo feroz emprega com habilidade para perpetuar o sistema económico e social; ficando o sentimento de pertença a umha comunidade relegado a um segundo plano.
Podemos extrapolar este fenómeno a muitos dos ámbitos da sociedade actual: comprovamo-lo com a falta de humanidade com os idosos falecidos nas residências da pandemia, por parte da Conselharia de Sanidade e de Política Social. Observamo-lo nos autocarros, onde cada vez se fala menos entre os passageiros, e emprega-se de jeito individual o telefone móvel. E também nas aldeias, que eram paradigmas nom há tantos anos do ideal de comunidade e de apoio mútuo, e actualmente ficam desabitadas.
Hoje em dia, bairros como o de Sam Pedro ou o de Sar de Compostela assinalam o caminho dinamizador que devemos tracejar se quigermos seguir partilhando, e nom apenas coexistindo a duras penas. Um mundo que demanda mais apertas e bicos, mais calidez e menos impersonalidade como a que vemos nos noticiários com o número de mulheres assassinadas; um número que serve para registrar mas nom para personificar, nem muito menos para educarmos em valores. Fazermos vida e narrá-la em estórias de vida que ilustrem o sentimento de pertença, quer organizando as festas, quer acodindo a algumha associaçom, quer participando do dia a dia activamente no bairro com vizinhas e vizinhos. Crede-me que avançamos vários chanços se damos passos firmes nesta direcçom.