As ferramentas, penduradas do cabo, ficam à espera doutros tempos. Gadanhas, fouces, foucinhos, legonhas… quantas delas foram abandonadas no nosso país para ficarem oxidadas no esquecimento, e quantas outras estám ainda aguardando serem utilizadas na reconstruçom do país?

Cada êpoca e cada sociedade tem as suas ferramentas. Poida que umha das principais da época atual seja o smartphone, mas nada aponta a que os tempos nom cambiem e voltemos às ferramentas antigas. De igual forma acontece com as ferramentas políticas: vemos como nestes dias por toda França acontecem distúrbios de caráter anarquista que nom se viam na Europa desde anos atrás, ou como o fascismo mais puro dos espancamentos nas ruas toma desde fai um tempinho forma ativa no espaço eleitoral.

Voltando às aldeias, as ferramentas, bem coidadinhas muitas delas, poida que apodreçam e se oxidem ou poida que umha outra geraçom organizada as recolha mas nom para guardá-las em museus, mas para pôr no centro da vida a Terra desde o mais concreto, que é ser labregas a média jornada ou a jornada completa. Como o nosso é um povo de superviventes, estou ao cem por cem segure de que de chegar esse colapso energético do que bastante se fala, se o mundo segue em pé, na nossa Terra ainda poderemos amarrar-nos a todo esse saber teórico-prático herdado de melhor ou pior forma das nossas avós.

Porém, a realidade nom está construída de absolutos, e vemos já hoje fórmulas mistas de sustentabilidade como coworkings rurais, certa simbiose entre a comunicaçom online e a vida rural, e gente que vai e vem aportando o seu grao de areia para que nom morra todo esse mundo do que vimos. Foi em Sabucedo, na romaria que se celebrou fai uns meses contra das eólicas, que umha mulher dixo que “A Galiza era umha grande aldeia”. Estando eu mais ou menos de acordo, sim é certo que a Galiza se defende e defenderá com ferramentas novas e antigas, com a vontade afiada e sem perder de vista toda a aprendizagem da antergas, nem todas as batalhas (ideológicas, materiais…) que a atravessam.