Por volta dum cento de pessoas acodírom ao chamado de Projeto Estreleira numha data que somava várias comemoraçons: as históricas, pois o dia queria rememorar a primeira e efémera experiência republicana galega, em junho de 1931, o mesmo que a aprovaçom massiva do Estatuto em 1936; as mais recentes, pois Estreleira, iniciativa que pivota sobre a legenda “Símbolos, terra, memória!, nascia oficialmente justo há dous anos, apresentando-se no cúmio do Pico Sacro.
Por volta da umha da tarde, voluntárias de Estreleira e assistentes ao acto, entre os quais numerosas crianças, chegavam à carvalheira de Chaiám, na fronteira entre Compostela e Traço, e nas ribeiras do rio Tambre. Precisamente, no 25 de julho de 2021, a muito escassos kilómetros, na ponte sobre o Tambre em Sigüeiro, Estreleira recordava um dos lugares de destaque da Revoluçom galega de 1846, lá onde se livrara umha das batalhas decisivas entre insurrectos e tropas governamentais.
Nesta ocasiom, Estreleira procurava, por boca dos seus membros, um lugar acessível desde qualquer ponto do País, e além disso, dum ou outro modo relacionado com a memória arredista recente: nas décadas de 80 e 90, organizaçons independentistas como JUGA ou APU celebraram aqui a sua romaria do Dia da Pátria, e mais recentemente, há um lustro, militantes auto-organizados comemoravam também a proclamaçom da I República galega com jantar popular.
Bandeirolos, jantar e actividades
O acto abriu-se com o desdobramento de umha estreleira e umha bandeira da sereia de grandes dimensons sobre o rio Tambre; a seguir, celebrou-se um jantar, logo amenizado com umha foliada trazida por vários músicos e músicas tradicionais. Houvo também umha exibiçom de bilharda para os mais cativos e cativas, e um espectáculo de regueifa protagonizado pola Oficina de Regueifa da Semente.
Trajeto e reptos imediatos
No discurso pronunciado por membros da iniciativa popular, pugérom-se em destaque os fitos do Projeto nos seus dous anos de vida, nomeadamente a cadeia humana de estreleiras celebrada em Lugo em 2021, o desfile republicano de 2022, com a exibiçom dos brasons das bisbarras, e o acto de irmandade galego-português celebrado em Porto a finais do passado ano.
Estreleira advertiu do perigoso cenário que se abre com a proliferaçom da velha ultradireita espanholista baixo novas formas, e chamou a continuar o “trabalho de formiga” com que a iniciativa pretende socializar massivamente os símbolos, os lugares e os nomes próprios da memória do País. Na arenga, membros do Projeto propugérom também “estreitar laços no movimento popular galego”, e fixérom-se eco também da manifestaçom independentista que MPI convoca no serao do 24 de julho em Compostela.