Som muitas as frentes de trabalho que o movimento popular está a despregar na Galiza para pôr couto à ocupaçom indiscriminada dos nossos montes por parte dos polígonos industriais eólicos. Manifestaçons, palestras, agitaçom e propaganda de rua, e também acçom judicial. Neste último ámbito, a associaçom ADEGA procura umha crescente implicaçom cidadá, confiante em que a manifesta ilegalidade de vários macro-projectos impida a sua realizaçom.

Desde o passado ano, e com a etiqueta em redes sociais #TPP (acrónimo de “Tu podes pará-los”), a organizaçom ADEGA vem de propor umha ambiciosa recadaçom solidária “para a interposiçom de recursos contencioso-administrativos contra o actual modelo eólico depredador e insustentável”. A ideia do colectivo é pôr em andamento mais e mais recursos que bloqueiem antes do seu início vários dos planos auspiciados pola Junta. Como vimos no passado outono, algumha destas iniciativas já deu fruto, conseguindo, por exemplo, a paralisaçom temporal deste parque entre Santa Comba, Coristanco, Carvalho e Tordóia.

De norte a sul

Como primeira iniciativa, na procura de mais e mais apoios, ADEGA tenciona blocar os projectos Rodício II, no sul do País, e Monte da Croa, em Vimianço. Junto com estes planos de oposiçom, vem de se iniciar umha campanha de recadaçom contra os projectos eólicos de Val de Pereira e Pico Seco, cujas autorizaçons fôrom aprovadas apenas há três dias, o 29 de maio.

Razons de fundo

Activando duas plataformas online de crowfunding, ADEGA vem de desenvolver também extensamente as razons que a levam a se opor a este plano de industrializaçom nos montes do Deça e do Carvalhinho. A cavalo entre ambas as comarcas, 13 aerogeneradores de 180 metros de altura ponhem em perigo, segundo o ecologismo “espaços naturais protegidos que estám situados ao seu carom, como é o caso da Zona de Especial Conservaçom Serra do Candám.” Se bem o parque nom se adentra directamente nesta área, o ambientalismo explica que tais instalaçons danariam seriamente a “conectividade ecológica” entre a Serra do Candám, a Serra do Cando, Pena Veidosa, Monte Faro ou as Branhas do Gestoso. As próprias instituiçons tenhem estas áreas catalogadas como de especial interesse para a avifauna. Para além de pôr em risco a sobrevivência e espécies como a tartaranha cinzenta, ADEGA afirma que também “causaria prejuízos significativos para o lobo”, atingindo directamente pontos de encontro da espécie, e esnaquiçando o seu hábitat.

O que fica da paisagem

Num contexto de crescente preocupaçom pola sobrevivência das grandes massas florestais autóctones, fragilizadas pola mudança climática e polo monocultivo eucalipteiro, ADEGA explica aliás no seu crowfunding que importantes superfícies de bosque de vale, montanha e média montanha, autênticas barreiras contra a seca e a desertizaçom, podem ver-se em sérios riscos no caso de se consumarem os planos: assim, áreas emblemáticas nestas bisbarras do coraçom da Galiza, como a devesa da Ermida do Médio ou do Campo dos Lobos, a devesa e Couto de Surribas, a devesa do Além, a devesa de Aveleda, a devesa de Froufe ou o Vale do Rio Vinhas, engrossariam a ampla lista de património sacrificado polo interesse empresarial. No que ao património histórico diz respeito, estes parques danariam também um tramo importante da conhecida Rota dos Arrieiros, que atravessava a Dorsal Galega por estas latitudes.

Objectivos ambiciosos

Cada um dos desafios marcados pola organizaçom ecologista precisa da nada desprezível quantidade de 6.500 euros; numha primeira fase (que já está aberta, e dura até o 1 de julho) precisam-se angariar 3.000 euros, custo aproximado dum recurso adiministrativo de alçada e da elaboraçom dum informe técnico ambiental. Na segunda fase, já adentrados nos meses de verao, precisa-se arrecadar do povo outro tanto, com o objectivo de interpor um recurso contencioso-administrativo no TSJG e de solicitar a paralisaçom cautelar.

As pessoas interessadas em apoiar a iniciativa podem fazê-lo na web habilitado por ADEGA para a campanha; se a soma arrecadada é suficiente, existirá a possibilidade de alegar contra os mais de 70 parques projectados pola Junta no território da CAG.