Desde cativa as minhas verbas som em galego. Isso deve-se a meus pais serem galegofalantes e decidirem educar-me na nossa língua. Pola contra, muitos pais e maes decidem nom fazê-lo por esse auto-ódio preponderante nalguns sectores do nosso país, derivado dumha incompreensível vergonha polo próprio, e pola falsa crença de que “com o galego nom se vai a nenhures”. Reverter esta situaçom é responsabilidade do conjunto de galegas e galegos. Por isso é de vital importáncia reivindicar a língua todos os dias, e mais ainda no Dia das Letras Galegas. Como já dizia Celso Emílio Ferreiro, “língua proletária do meu povo, eu falo-a porque si, porque me gosta”. Em Bruxelas, com a iniciativa Xabarín, atendem mais as demandas dumha língua minorizada no sector audiovisual (como em tantos outros) que o governo galego de Rueda. Que nem está nem vai estar em questons de normalizaçom linguística, condenando ao ostracismo a língua que defendêrom Castelao ou Rosalia ou, sem recuarmos tanto atrás, as poetas e escritoras actuais que escrevem na nossa língua, e que com o seu compromisso fornecem a criaçom literária na nossa terra.

Porém, as cifras de galegofalantes convidam à preocupaçom: um estudo do INE de janeiro de 2023 indica que pola vez primeira o galego é menos falado do que o castelhano. Para além de celebrarmos este 17 de maio com júbilo por termos umha língua própria, devemos preservá-la na nossa realidade quotidiana; já que como dizia Fernández del Riego, homenageado nas Letras Galegas deste ano 2023, “apenas com língua própria se pode ter umha cultura própria, apenas com a cultura própria se pode fazer umha figura no mundo, pois os povos com cultura emprestada nem tam sequer pertencem à história.”