Na amanhá de hoje, representantes de diferentes colectivos populares da cidade de Lugo compareciam em rolda de imprensa para mostrar a sua solidariedade com o CS Hedreira, recentemente sancionado polo governo municipal lucense. A razom aduzida, um mercadinho de troco que vulneraria “a lei de venda ambulante”

No passado 28 de abril, o CSA Hedreira recebeu umha proposta de sançom de 600,01 euros por organizar há um ano um mercadinho de troco de produtos de segunda mao. Apesar de que o colectivo nom recebe nenhum lucro da actividade, a polícia alega “falta de licença em base à lei autonómica do empreendimento e a concorrência”. A sançom nom é a primeira advertência que recebe o movimento popular lucense, pois já a Rede Associativa, que coordena diferentes colectivos lucenses, foi sancionada por “venda ambulante” com motivo de organizar a fogueira de Sam Joám nas redondezas da Escola Oficial de Idiomas.

Rolda de imprensa

As entidades, todas eles a trabalhar “fora das lógicas do lucro e do mercado”, reunírom-se nesta manhá para manifestar a sua oposiçom rotunda a medidas como esta. As suas vozeiras expressárom que a sua razom de ser é “o desenvolvimento dumha vida plena, diversa e colectiva”, e é por isso que se pretendem manter “a contra-corrente nuns tempos regidos polo monetário, a concorrência e o messurável.” É por isso que muitos destes colectivos se mantenhem vivos sem subvençons, unicamente regidos por quotas ou botes solidários.

Privatizaçom de espaços municipais

Os colectivos presentes denunciam no seu manifesto que o “modelo lucrativo” de associativismo que rege Lugo está a chegar aos espaços municipais, e ponhem o acento de que som várias as entidades do concelho regidas por empresas privadas: é o caso do Velho Cárcere ou do auditório Gustavo Freire.

A legislaçom que amplia estes usos dos espaços públicos, segundo os colectivos assinantes, está a forçar os movimentos populares a viver “umha regulaçom contingente que os trata como negócios privados, e que enfrenta a sarilhos burocráticos com um custo económico inassumível para o tecido associativo.” Para além disso, as entidades vem umha particular intencionalidade política na polícia municipal pois, segundo afirmam, “por iniciativa própria indaga de que maneira pode sancionar”. A prática estaria especialmente dirigida “contra as organizaçons populares, e aspira a laminar as suas redes.”

Antecedentes e silêncio institucional

Os colectivos enquadram esta iniciativa repressiva em “episódios da legislatura anterior”, como a eliminaçom municipal de murais artísticos de rua assinados polo CS Mádia leva ou polo colectivo Lugo sem Mordaças. Sulinham também que tais situaçons “seriam impensáveis décadas atrás. Ninguém imaginaria que umha associaçom vizinhal fosse multada por ter um balcom com cerveja ou por organizar um pequeno mercadinho. Mas está a acontecer em Lugo, ainda baixo um alegado governo progressista.”

As entidades manifestárom o seu apoio rotundo a todas as entidades sancionadas, e reinvindicam “implicaçom institucional, vontade política, para se pôr freio à linha persecutória que está a seguir a polícia local.”