Ele é labrego, precário, vizinho de sempre, às vezes escritor, às vezes de todo um pouco. De sempre, defensor dum meio de vida harmônico com a Terra e anarquista.
Topamo-nos na manifestaçom contra as eólicas que rodeou a Xunta o passado Domingo. Eólicas assim nom, mas muitas de nós sentíamos bem adentro que eólicas de nenhuma das maneiras, nom sendo pare este sistema depredador e algum dia instalemos nos moinhos meio sepultados das beiras dos rios algum tipo de instalaçom energética ou o seu símil nos povos mais da montanha.
Eu perguntei-lhe pola juventude. A resposta dele foi que a juventude a levara o vento. Bem se podia referir a toda essa juventude que emigrou para outras partes do mundo sem saber mui bem o que procuravam, ademais de dinheiro menos custoso e, por que nom dizê-lo, umha vida mais cool. Que tampouco é fácil ficar por aqui, ao menos pola zona mais rural, para as que somos cú inquedo e nom nos servem as limitaçons que herdamos.
Porque o certo é que, como já páginas e páginas de teoria tenhem assinalado, quem estavam na manifestaçom eram maiormente as pessoas que habitavam a Terra (ademais dalgum político profissional e algumhe desnortade coma mim) afetada por esta nova forma de espólio colonial. Haver havia, mas pode ser que faltara mais juventude. E há umha questom que fica clara em todo isto: quem está enraizada à Terra nom a leva o vento. Quem está enraizada é opossiçom em si mesma do projeto colonizador. Nom é explorável porque o vento nom move turbinas algumhas, porque nom está afincada à Terra por outros motivos que nom som os monetários, por uns motivos mais profundos e mais sagrados.
A dia de hoje, essa capacidade de dizer: de aqui nom me move ninguém, é germe de contrapoder em si mesmo. Aquele home falava-me, ademais do nosso passado rico em experiências e luita, de movimentos de resistência a como os que se estám a desenvolver em zonas do Estado francês na atualidade, e que transcendem a nível internacional pola dificuldade real que estám a provocar para a voragem do capital. A mim viu-me à cabeça o último comunicado das presas independentistas: “umha luita necessitada de sólidas redes de autodefesa e contrapoder popular. Nom nos custará, porque essas som as origens do nacionalismo galego. Sempre estivemos ai” (…) “Que o exemplo de Tebra, das Encrovas ou de Castrelo de Minho prenda nas novas geraçons de galegos e galegas que enfrentam a voracidade energética de Espanha”.