Em abril do passado ano, quinze cientistas, militantes do projeto Rebeliom Científica, tingiam de vermelho o prédio do Congresso dos Deputados em Madrid; o objectivo da acçom, alertar de que a inacçom climática “equivalia a sangue”. A intervençom policial nom se fijo aguardar, e todos e todas elas fôrom detidas pola polícia espanhola, que as pujo em maos da judicatura. Nestes dias, declaram em fase de instruçom enquanto movimento climático lança campanha solidária.

Hoje há um ano, o movimento das e dos cientistas rebeldes apontava com sinais de alarma ao Informe do IPPC de 2022; o organismo, subsecçom da ONU dedicado a estudar os efeitos da mudança climática, advertia com dados que a humanidade caminha para um beco sem saída se nom se reduzirem com urgência as emissons de efeito estufa, e assinalava também a inacçom dos governos. O movimento Rebeliom Científica, de alcanço global, actua em vários países do mundo; se na Alemanha apostou em boicotar umha feira de carros de alta gama, em Espanha escolheu o Congresso dos Deputados para se fazer ouvir. As activistas apostárom em tingir o prédio institucional com pintura biodegradável, o que os leva agora a um processo de instruçom por “danos agravados a prédios de valor histórico” e “desordens públicas”.

Processo judicial

Ontem começavam as declaraçons das pessoas imputadas no julgado de instruçom número 30 de Madrid. Entre as quinze pessoas citadas a declarar, achavam-se o filósofo Jorge Riechmann, a militante de Ecologistas em Acçom Marta García Pallarés, o jornalista Juan Bordera, a astrofísica Elena González Egea, ou o Director do Observatório para a Sostibilidade, Fernando Prieto.

Embora se desconhece se o processo vai superar a fase de instruçom, o movimento climático adverte que as pessoas envolvidas podem enfrentar petiçons fiscais de “até seis anos de prisom”; entrevistado na porta dos julgados por meios madrilenos, o filósofo Jorge Riechmann declarou que por vezes “pode ser preciso afrontar umha puniçom para as cousas mudarem”; Riechmann justificou o contundente desta posiçom explicando que “vivemos tempos de desproporçom: nom há medida comum entre a gravidade da situaçom real e a forma como reagem os governos, as empresas e as sociedades”. Por seu turno, a activista García Pallarés aproveitou a sessom para denunciar que o Estado espanhol “criminaliza o protesto social”. O cientista Fernando Prieto apontou que, enquanto se desenvolvem processos judiciais como estes, “o Estado espanhol nom é quem de reduzir as emissons de efeito estufa, que no passado ano subírom até um 7%”.

Campanha solidária

Ontem, várias concentraçons solidárias decorrêrom em cidades da Península Ibérica com motivo da declaraçom judicial. Paralelamente, nas redes, o movimento polo clima chamou a utilizar hashtags, a gravar vídeos e a inçar o mundo virtual com a denúncia do caso, e em geral da alerta ambiental que padecemos. Abordando a questom de fundo, o movimento Rebeliom Científica aponta no seu manifesto que “a desobediência civil nom violenta é umha ferramenta democrática”. As redes sociais estám a espalhar um manifesto e também formas de colaboraçom económica com a iniciativa.