O ecologismo galego, e nomeadamente o viguês, leva anos a alertar contra os nefastos efeitos de deixar sem arvorado as nossas cidades; com a cidade olívica como paradigma na nossa Terra, a perda de espaços verdes no coraçom das urbes vai além dumha questom estética: estudo científico publicado em “The Lancet” afirma que na Europa, cidades sem árvores multiplicam as vítimas humanas da mudança climática.
O que estipulava o sentido comum vem de ser, mais umha vez, ratificado pola ciência: a privaçom das árvores nas cidades supom a perda dumha barreira natural para a saúde pública –física e mental– e contra os efeitos das cada vez mais frequentes vagas de calor. Na Galiza mais cercana ao clima mediterráeno, como no resto da Europa do sul, isto vai evidenciar-se.
As responsáveis do estudo som membros do Instituto de Saúde Global de Barcelona (ISGlobal). Analisárom estatísticamente as reacçons ao calor de 57 milhons de pessoas no velho continente durante o verao de 2015. Os dados nom surpreendem: em toda a Europa, o verao é nas cidades 1,5º mais cálido que nas redondezas, devido ao efeito das chamadas “ilhas de calor”: a concentraçom de gente, a escassa vegetaçom e o efeito estufa provocado polo betom fam das cidades da mudança climática autênticas ratoeiras que multiplicam o malestar e, em ocasions, as mortes.
Deste modo, segundo o estudo, mais de 6000 mortas acontecidas nos meses de verao naquele já arredado 2015 tinham a ver com vagas de calor ligadas a umha má planificaçom urbana: um 4,3% mais de mortes registadas no verao iriam vincular-se a esta causa. Algo tam doado de enfrentar, segundo o ISGlobal, que seria abondo plantar um 30% mais de árvores nas urbes europeias para mitigar o golpe.
Dados que nos atingem
Bem que nom fôrom computadas no estudo cidades galegas, alguns dados devem levar-nos a reflectir: os resultados do estudo som aplicáveis a cidades de clima atlántico como Bilbo, e até mesmo a nortenha Londres figura como afectada por este aquecimento em ascenso.
Como bem se supom, som as urbes mais vulneráveis às “línguas de fogo” saarianas as que aparecem como mais atingidas, tais como València, Alacant, Múrcia, Málaga, Nápoles ou Atenas, sem esquecer cidades do leste europeu, caso de Budapest. Com isso e contodo, nom podemos esquecer que a Galiza progressivamente “mediterránea”, situada nas Rias Baixas e no Vale do Minho a partir da Ribeira Sacra, sofreu e sofrerá ameaças sérias para a saúde pública e o bem-estar. Cidades como Ponte Vedra, Vigo e Ourense aparecem assim na primeira linha desta problemática.
Segundo declaram no suplemento “Climática” cientistas do ISGlobal como Tamara Iungman apontam que “as prediçons baseadas nas emissons actuais revelam que as doenças e as mortes relacionadas com o calor vam virar umha cárrega maior para os nossos serviços sanitários nas décadas por vir”; além disso, o director do centro, Mark Nieuwenhuijsen, considerou premente “informar os responsáveis locais da tomada de decisons sobre os benefícios de integrar zonas verdes em todos os bairros”.
Vigo, um contra-exemplo
Umha das luitas urbanas de mais sona no sul da Galiza levam-na, precisamente, Ecoloxistas en Acción, colectivo que denuncia nas redes e na rua o que considera um permanente “arvoricídio” executado por Abel Caballero.
O processo dá-se aliás numha cidade que, segundo dados oficiais, viu aumentar 1,1º a sua temperatura média desde a década de 60, feito que explicou o meteorólogo Juan Taboada na imprensa empresarial. Os efeitos desta transformaçom notam-se já na saúde e na economia.
O ambientalismo tem considerado umha fraude a participaçom do alcalde em eventos como a COP25, a cimeira mundial polo clima, quando as actuaçons municipais tenhem ido dirigidas a aumentar o gasto energético e a privar de verde amplas zonas da cidade. A primeira e mais polémica obra foi a eliminaçom de 128 árvores que humanizavam a grande via: camélios, laranjeiras, castinheiras e tilos que cobriam umha das partes mais urbanizadas e povoadas da Galiza caírom numha reforma urbanística há três anos.
A seguir, Caballero eliminou mais de 300 chopos icónicos que se extendiam pola Avenida Castelao, em Coia: “som umha peste e declaramos a guerra ao chopo”, manifestara Caballero. A razom aduzida, “que provocavam alergias”, e que no futuro o concelho plantará “bosques temáticos” em distintas zonas de Vigo.
Ecoloxistas en Acción ainda lembra que caírom mais árvores por mao municipal na Fortaleza do Castro, no Couto e na Poterna, no Baluarte do Regueiro e na zona do Tambor, o que tem provocado até mesmo a afectaçom da avifauna local. A organizaçom ambientalista leva anos a exigir um grande “Pacto Verde” que freie os planos desflorestadores.