Se os alvores de século fôrom na Galiza os do grande movimento de defesa da Terra ‘Nunca Mais’ contra as marés negras, nesta década que andamos, a luita contra o extractivismo eólico cobra nova intensidade; o Encontro Burla Verde, que se fai eco da histórica Burla Negra contra o chapapote, aquece motores para a sua grande cita a finais de abril na Terra de Montes.
Dado que a ameaça eólica é global e nom deixa praticamente livre nenhum espaço do nosso território, sucedem-se mês após mês as iniciativas de autodefesa por toda a nossa naçom, artelhadas por colectivos locais. No dia de ontem, foi a Plataforma Stop Eólicos Xurés-Celanova, a que organizou umha jornada de lazer, com um recital de poesia, mas também formaçom e denúncia. Se bem que a análise se centrava no local, a Plataforma convocou o acto enquadrando-o na dinámica nacional do Encontro Burla Verde, como podemos ver nas redes sociais.
Todo pronto para o foro nacional
Foi há duas semanas quando os e as organizadoras do Encontro Burla Verde se reunírom no Centro Social O Pichel, em Compostela, para dar a conhecer à sociedade a ambiciosa iniciativa que se perfila para esta primavera. Diante dos meios, comparecêrom representantes das associaçons Rapa das Bestas de Sabucedo, SOS Suído Seixo, Colectivo do Vento, Associaçom Vizinhal e Sócio-cultural Alarma na Terra de Montes e A de Rousmeri de Caroi.
As e os comparecentes chamárom os distintos sectores da Galiza organizada a se envolver seriamente na participaçom neste encontro, ante um “plano depredador” que hipoteca seriamente o nosso futuro colectivo.
Actos prévios
Desde finais de março, as iniciativas sucedem-se, achandando o caminho para a jornada do 29 de abril, que promete umha importante participaçom popular. Nos montes de Cádavo e Montouto está aberta a exposiçom “O devalar do monte galego” desde há semanas; ontem, como dixemos, um recital poético em Celanova chamava a se somar à Burla Verde; seguem-lhe um campionato de futebol de salom no pavilhom de Cerdedo, capital de Terra de Montes, e umha Grande Subida a Conla o 22 de abril, sete dias antes do macro-evento.
Umha jornada intensa
Com as ideias centrais de “evitar a depredaçom energética” de e avançar para umha verdadeira transiçom “baseada no descenso do consumo”, Burla Verde está socializando já o cartaz com as suas actividades.
O sábado 29 de abril o movimento em defesa da Terra congregará-se ao meio dia com umha “missa de romagem” prévia a umha sessom vermu e a um jantar de irmandade. A tarde será o lugar de diversas mesas redondas, de onde abarcar com distintas perspectivas as distintas ameaças que pairam sobre os montes e as costas galegas: as eólicas aparecem em primeiro termo, mas sem esquecer a ameaça mineira, da que já informávamos recentemente neste portal.
A ideia das pessoas organizadoras é oferecer um amplo leque de actividades que atraiam pessoas de todas as idades: assim, haverá exposiçons, concertos, teatro e conta-contos; diferentes colectivos contarám com postos para expor os seus materiais, projectos e denúncias numha jornada que ha culminar no chamado Curro-Cabaré em Sabucedo, o lugar mais emblemático da rapa das bestas do País. Já estám confirmados diferentes artistas, tais como Mounqup, O Rabelo, Sonoro Maxin, Garcia Mc, Toma de Terra, O Leo de Matamá, Maria Lado y Lucía Aldao, Guadi Galego, Xoan Curiel, Uxía Senlle, Xurxo Souto, Jásper, Isabel Risco, NOGA, Aloumiños do Bosque, Peter Punk ou Anxo Moure.
A organizaçom disporá umha zona de acampamento para os que desejarem ficar na zona depois dos concertos.