Ana Crestar é de Ourense, estuda 1º de Matemáticas na USC, e começa os seus passos na militáncia política em Mocidade pola Independência, organizaçom na que entrou há sete meses. Falamos com ela sobre como som os inícios dumha nova geraçom nesta entidade juvenil, com umha actividade cada vez mais intensa e visível.
Para situar leitores ou leitoras, poderias dizer-nos numhas pinceladas qual é a história da MpI?
Trata-se dum colectivo que tem uns cinco anos de vida, e que ao longo do seu desenvolvimento, por mor de diferenças ideológicas, atravessa cissons de distintos grupos. Eu, ao ter dezoito anos, e levar sete meses militando, nom che podo dar detalhes específicos desta jeira. Si que che podo falar da fase actual. Somos umha organizaçom que pretende dar cabimento a toda a mocidade galega por baixo de 30 anos, sem princípios ideológicos demasiado estritos, que partilha valores comuns: o ideário independentista, complementado com luitas como o feminismo, os direitos LGTBI, os cuidados, ou o anti-imperialismo. Todo isso, num sentido prático, levando adiante iniciativas de rua.
Qual está a ser a evoluçom da organizaçom nos últimos tempos?
O mais salientável é o relevo geracional; estamos a entrar gente muito nova. Parecia que houvera um certo parom entre pessoas de 25 ou 27 anos e nós, mas agora vemos que entra umha quantidade de pessoas importantes com 18 ou 19 anos; quiçá esta geraçom traia uns valores mais arreigados no ámbito dos cuidados, no feminismo ou nos direitos LGTBI.
Quais pensas que som as grandes dificuldades que topa umha moça ou moço para militar?
Quiçá a desinformaçom. No sistema educativo nunca se nos informa da existência destas realidades, de organizaçons que trabalham para mudar as cousas, de dinámicas sociais. Nalguns lugares, caso de Compostela, podes ter muita sorte, porque há muita juventude, dinámica estudantil, é todo mais visível…mas se és dum lugar pequeno, é muito mais complexo aceder a organizaçons como a nossa.
Que te levou a ti a dar o passo?
Eu simpatizava já com estas ideias; morava em Ourense, a minha cidade, e no 24 de Julho vinhem à mobilizaçom juvenil da MpI, e colaborei na organizaçom. Entrei em contacto, vim que a MpI nom pedia adscrever-se a umha linha ideológica muito concreta, e aliás tinha umha dinámica de trabalho boa, levava muitas cousas adiante. Digamos que é umha organizaçom na que me sinto livre.
Em que dinámicas de trabalho estades envolvidas?
Vimos de realizar um trabalho duro polo 8 de Março. A seguir virám outras grandes datas, como o Dia das Letras Galegas, implicaremo-nos a tope no fomento do idioma, com especial atençom ao reforço às pessoas neofalantes, que som muito importantes na mocidade. Logo entraremos já de cheio na dinámica do 25 de Julho.
Celebrastes neste fim de semana um encontro nacional. Podias comentar-nos quais fórom os assuntos abordados?
Realizamos estes encontros umha vez ao ano; dam-se depois dum processo de debate nas comarcas arredor duns textos, que som lidos e emendados. Neste caso, quigemos perfilar um bocado mais as bases políticas da organizaçom na linha que comentava antes, muito aberta; aliás, este encontro, como todos os demais, som umha ocasiom para o convívio.
Que dirias a um rapaz ou rapaza independentista que duvida se dar o passo ou nom a militar?
Que se adere aos nossos princípios, e se se sente a vontade, que nom duvide. Que nom cumpre saber muitíssimo para militar, que se trata dum processo de implicaçom sobre a marcha. Que quem conformamos a MpI somos mocidade como ela, que com nós vai estar a vontade, e num lugar seguro.