Num março de 2003 abria as suas portas o CS A Revolta no Casco Velho viguês; fazia-o numha jeira histórica em que também se apresentavam na cena do movimento popular galego centros sociais como O Pichel em Compostela, A Revira em Ponte Vedra, ou Alto Minho em Lugo. Todos eles seguiam o ronsel da precursora Fundaçom Artábria ferrolá, que encetara o projeto dos centros sociais independentistas em data tam temperá como 1998.

Desde o primeiro momento, A Revolta irrompeu com força como dinamizador do movimento independentista viguês e do associativismo de base, numha cidade enormemente espanholizada mas, ao mesmo tempo, com um elevado índice de implicaçom social e combatividade, nomeadamente devido ao peso da populaçom obreira.

Umha rica trajetória

Para além das dinámicas de base próprias de todos os centros sociais –caso dos cursos de formaçom, as palestras, as sessons festivas– A Revolta tivo parte activa nalgumha das achegas senlheiras do movimento associativo independentista das últimas décadas: do seu espaço saiu a recuperaçom do Merdeiro, o personagem por excelência do Entroido viguês, cuja particular feiçom já se fijo parte da paisagem; A Revolta foi espaço sempre aberto ao movimento em defesa da Terra, nomeadamente A Ria nom se vende, que fixera parte da rede Galiza nom se vende, com umha enorme vitalidade. Alimentado fundamentalmente por umha base social obreira, o centro social também colaborara solidariamente no seu momento com as greves do metal em Vigo, que acadaram o seu ponto álgido em 2009. Como tal, A Revolta estivo no alvo da repressom, e em duas ocasions (Operaçom Castinheiras em 2005, e rusga contra resistência galega em 2011), fora objecto de registro e saqueio por parte da guarda civil e da polícia espanhola. Um dos seus históricos e membro fundador, Roberto Rodrigues Fialhega, ‘Teto’, leva preso onze anos, precisamente desde aquela operaçom.

Comemoraçom

Novas e velhos sócios do centro social reunírom-se no passado sábado no local do centro social, que ocupa precisamente os baixos da que fora a velha imprenta Juan Compañel, na que saira do prelo a primeira ediçom de ‘Cantares Gallegos.’ Após um jantar com foliada, celebrou-se um concerto com os grupos Os Rosmons e Banda Desartikulada, que foi seguido por umha sessom musical de madrugada com DJ na sala Molotov: os pincha-discos protagonistas fôrom Sapoconcho sem Concho e Coconut Selectah.

No vindouro domingo 12 de março, as jornadas de vindicaçom e conhecimento do centro social continuarám, com umha mesa redonda às 19h00, na que falarám várias e vários activistas que protagonizárom as duas décadas da iniciativa.