Nas redes sociais e meios alternativos circula já a nova de apresentaçom dum novo centro social, o ‘Arrabalde’; nasce em Culheredo, na periferia da Corunha, e ponhem-no em andamento várias activistas procedentes do independentismo, o anarquismo e vários movimentos populares, que enriquecem assi o já consolidado mapa dos centros sociais do nosso país. Falamos com Jorge Longueira, um dos promotores, deste projeto que nasce, com as bandeiras da autodeterminaçom, a justiça social, o feminismo e a defesa da Terra.

Como xurde a ideia dum centro social em Culheredo?

Temos um grupo de pessoas que somos velhas conhecidas, que começamos a notar aqui na vila umha grande carência: carecemos dum espaço de encontro, alternativo e de contra-poder no concelho, seguindo o modelo de outros muitos que existem polo país adiante, como aqueles centros sociais já consolidados, tipo A Revolta, A Gentalha, o Mádia leva. E coincidimos ao valorar que podia ter boa acolhida aqui. Foi assi que reunimos um grupo promotor.

Qual é o perfil desse grupo que iniciades o projeto?

Acho que é plural e integeracional, o que cumpre valorar positivamente. Temos pessoas de vinte anos, mas também quase de sessenta, e aí, nesse amplo abano, movemo-nos. Vimos umha cantidade de gente que militou em várias etapas do independentismo, desde pessoas que estiveram em NÓS-UP, até pessoas da mocidade independentista, e também sindicalistas da CIG, ou anarquistas. Um grupo plural.

Podias dar-nos algumhas chaves do concelho no que ides agir, Culheredo?

Estamos nos arrabaldes da Corunha, na área metropolitana. Este foi um concelho construído às pressas, despolitizado, sem opçons de lazer, e tampouco alternativas. Dirigido por um governo municipal que nom mudou de sigla em 40 anos, está em maos do PSOE…com mais intençom de desfazer que de construir, e por isso estamos certas de que existe umha demanda que nós queremos cobrir.

Que atrancos podedes topar no vosso trabalho?

Vai-nas haver de vários tipos; algumhas administrativas, porque temos a percepçom de que o concelho nom o vai pôr doado, entom estamos a ser muito cautos no que diz respeito as licenças de abertura, queremos evitar que venham problemas por aí. Logo há atrancos económicos, porque os algueiros estám muito caros, e outros locais, mais modestos, precisam arranjos e obras. Finalmente, há um atranco que tem que ver com a precariedade: somos todo gente da classe trabalhadora, as nossas condiçons de vida estám a se precarizar, entom muitas vezes os recursos e o tempo para volcar nos movimentos minguam.

Que perspectivas imediatas tedes?

Antes do mais, conseguir o local. Temos um já mirado e quase apalavrado, que queremos reformar inteiro com colaboraçom do proprietário. Imos iniciar para já umha campanha de angariaçom de fundos, para isso programamos um concerto no Escárnio e Maldizer, em Compostela, o 28 de janeiro. Logo virám já actividades, ediçom de material, e todo com a ideia de que a gente se implique botando umha mao na dinámica, for dando um concerto, mercando material, assistindo aos actos…

Campanha de angariaçom de fundos, para isso programamos um concerto no Escárnio e Maldizer, em Compostela, o 28 de janeiro

Porque decidides lançar já a apresentaçom do projeto?

Porque pensamos que este era o momento bom para somar apoios, económicos, mas nem só, também sociais e individuais. Nesta semana, umha sócia nossa, arquitecta, conhecerá o local para ver as suas possibilidades técnicas. E em funçom da informaçom que tivermos, abriremos antes ou depois. Mas quiçá nom haja que aguardar a ter o local aberto para começar a funcionar com actividades próprias, iremo-lo vendo nestes meses.