Um ano depois da sua estreia no panorama do pensamento crítico galego, vem de sair do prelo o segundo número da revista ‘Clara Corbelhe’, publicaçom do projeto do mesmo nome, dedicado à análise interdisciplinar da realidade. Nesta ocasiom, e com umha ediçom muito cuidada, o conselho da revista intitulou o número ‘O campo intelectual: ideologia, blocos de poder e instituições na Galiza”.
Mais umha vez, a revista propom ‘umha reflexom poliédrica sobre questons raramente tratadas na conversa pública galega’. Neste caso, um conjunto de autores muito diversos (e ideologicamente plurais, dentro de coordenadas soberanistas) procuram esclarecer o que é a produçom intelectual, em que instáncias se produz, ou quem elabora o grosso do pensamento da direita e da esquerda espanhola actuantes no nosso país.
Cultura, política e discurso
Desta óptica abrangente, alguns artigos abordam o funcionamento discursivo e de pensamento da ‘máquina populista’, em referência à engrenagem do PP, como a que assina Carlos Calvo (‘Da nomenklatura autonómica para a máquina populista); Marta Pérez Pereiro, por seu turno (‘O Land Rober Tunai Show: humor, ideoloxía e clase na fórmula cómica da Televisión de Galicia’) deita luz sobre algum dos programas de consumo massivo que elabora a televisom pública, como grande engrenagem de consenso galego-espanhol; também na órbita das políticas culturais, Alicia Pajón (‘A música en tempos de cordialidade: usos da música no PpdeG e o BNG (2009-2022).
Num campo mais explicitamente político, Pablo Pesado entra a valorar o papel dos intelectuais nas instituiçons nos tempos das recentes maiorias absolutas do PP (‘Intelectuais no monte Medúlio: estratégias e conflitos nas instituiçons culturais galegas em face da administraçom Feijóo’). Manuel Veiga recupera a figura de Lôpez-Suevos, e escreve o artigo ‘Por que falar agora de Ramom López-Suevos? Unha ollada panorámica á sua obra e ao seu legado crítico’.
Em conversa em perspectiva histórica, Antom Santos e David Rodríguez volvem sobre a figura de Castelao e a sua actualidade ‘Republicanismo, ação e modernidades: uma revisão do legado intelectual de Alfonso D.Rodríguez Castelao’.
Na secçom de conversas, o Conselho de Redaçom da revista analisa a relaçom entre os poderes municipais nacionalistas e a construçom nacional, com a entrevista a María Xosé Bravo e Maite Ferreiro (‘Pensar um municipalismo nacional galego: consciência nacional, limites institucionais e práxis’).
Finalmente, na secçom de bastardia, o Conselho de Redaçom da revista apresenta o artigo ‘Acumulação de capital e hegemonia espanhola: o caso do Jacobeu’.
Acolhida popular e apresentaçom
Apesar do especializado dos seus conteúdos, a revista está a ter umha boa acolhida no seu primeiro ano de vida, como se reflecte nas redes sociais.
Pessoas de diversas filiaçons e profissons exprimem no seu perfil a sua satisfaçom por esta nova ferramenta do pensamento crítico galego.
Nas mesmas redes do Projeto anunciam que afinal deste mês decorrerá a apresentaçom em Vigo, no centro cultural Rio Lagares.