A cita era para as 12 e meia do meio-dia.
Menganita levava as carautas brancas e Filomena encarregara-se dos panfletos.
Aquela Assembleia de Precárias tinha impulsado açons diversas, como os piquetes contra a precariedade pola zona velha de Compostela, o boicote com pintura contra empresas especialmente exploradoras, o tapiado de Empresas de Trabalho Temporário, o impagamento em grupo na viagem em trem à manifestaçom do 1º de Maio em Vigo… confluindo no seu seio ativistas dos movimentos sociais, do sindicalismo alternativo (CUT, CNT…) e jovens nom organizadas até o momento em nenhuma estrutura.
Rondava o ano 2008, e chamar a atençom da precariedade que sofria a juventude era umha das pretensons dos movimentos sociais organizados, usando a guerrilha da comunicaçom como método.
Aquele meio-dia juntaram-se mais dumha dúzia de jovens nas proximidades do casco histórico. A ideia a levar adiante seria fazer um «simpa simbólico e reivindicativo» numha conhecida e poderosa cadeia de restaurantes de Compostela, salientável polos seus enormes benefícios monetários com a turistificaçom e a enorme precariedade à que foram submetidas trabalhadoras já despedidas.
Faltou levar o tupper para que a comida nom se perdesse e comer bem realmente, faltou implicar mais nas açons desse tipo as trabalhadoras do setor (nom só em receber a informaçom do trato precário), faltárom muitas cousas porque em política, num sentido amplo, a perfeiçom nom existe. Mas, como se dizia nessa êpoca, nom faltou o «sangue nas veias» (vermelho ou negro) que se necessitava ter para levar adiante este tipo de atividades.
Acordaram chegar em grupos de duas. A reserva fora feita em pessoa, baixo um nome falso. Sabiam que o local nom dispunha dum circuito de videovigiláncia “adequado” e que ademais a leitura do «Código penal» deixava certa margem de manobra à hora de evitar graves custos repressivos, por tratar-se dum ato para ser realizado num princípio a cara descoberta.
Foi Filomeno quem pediu o jantar, para nom fazer trabalhar apenas aos camareiros, pedindo que trouxessem apenas bandejas para o centro da mesa. O grupo de ativistas apenas comeu. Comenta-se que alguém propujo um brinde sem álcool e que no imediato foram postas as máscaras e lançado um berro uníssono contra da precariedade. Nom faltaram bombas fétidas polo cham e intercâmbio de panfletos por cartas de vinhos. Na mochila alguém levara um pequeno megafone. Um estrondo de rebeldia ecoava desde o começo da rua do Franco até a rua da Rainha. Como tantas outras vezes, era o momento de botar a correr.