A publicaçom do informe do INE, a confirmar o recuo acelerado do galego, nom deixou ninguém indiferente; sectores supremacistas hostis à língua parabenizárom-se pola notícia de maneira mais ou menos aberta, enquanto o movimento pro-língua pujo em causa a falácia bilingüista e chamou a umha acçom mais decidida.

O censo do instituto espanhol de estatística vinha a confirmar umha realidade intuída por muitas pessoas, mas que ninguém se atrevia a confirmar: pola vez primeira em 1.200 anos, o galego é a língua minoritária no próprio território onde nasceu.

Ante umha notícia que deveria prender os mais sérios alarmes dos responsáveis políticos dum país, o presidente da Junta chamou ao ‘convívio e cordialidade’ entre idiomas, palavras de ordem que levam décadas mascarando o deslocamento do galego às margens da sociedade que o criou.

Vozes do independentismo chamavam a atençom sobre a nula competência lingüística do presidente, todo um sintoma da estima que mostram cara o idioma.

Mesmo o galeguismo mais moderado reagia apavorado à estatística, e algumhas vozes assinalavam a responsabilidade dos apologistas da hegemonia total do espanhol, sempre presentes na imprensa do Regime.

No fundo, como outros perfis reconheciam, há umha sensaçom de triunfo no bloco político galego-espanhol, que topou no quadro autonómico e na tese bilingüista o processo mais cómodo para abafar o nosso idioma.

Quase catorze anos depois do decreto de plurilingüismo, a máxima dirigente do nacionalismo institucional fazia um balanço sintético da política da Junta.

No reintegracionismo, alguns perfis apontavam que a situaçom de emergência pode abrir sensibilidades em certos sectores à ‘soluçom pragmática’ do reencontro galego-português.

A recuperaçom destas palavras clássicas de Carvalho Calero em outra conta punham de relevo a capacidade de antecipaçom do reintegracionismo com várias décadas de antecedência, advertindo dos perigos que corria a língua se a sua defesa se confinasse a umha estratégia restrita.