Em apenas 16 anos, umha pequena grande mudança tem acontecido no Natal galego, ponhendo um contraponto à voragem consumista e aculturizadora destas datas. Corria 2007 quando a Comissom de Memória Histórica da Gentalha do Pichel se decidia a popularizar umha figura esquecida das montanhas orientais, que nom demoraria em virar emblema do Natal galego. A primitiva descoberta devia-se ao trabalho de campo do investigador José André Lôpez, que plasmava num documento a figura do carvoeiro e as suas possíveis origens.

A recuperaçom erudita

Se recuarmos na história, e segundo nos conta a web apalpador.gal, damos com um primeiro texto sobre a Noite do Apalpadoiro em 1965; o antropólogo Xesús Taboada Chivite, no texto ‘La Navidad gallega y su ritualidad’ participava num congresso internacional de etnografia em Lisboa com umha achega sobre o personagem. Em 1992, a revista Alicerces, do Museu do Povo Galego, reeditava o texto em galego, mas será no ano 2001 quando um outro documento sente as bases para umha recuperaçom definitiva. Escreve-o José André Lôpez na emigraçom, concretamente na revista Vaga-lume de Corredor de Henares, num documento que anos mais tarde a AGAL vai espalhar na rede.

A recuperaçom do movimento popular

Foi precisamente esse documento, que José André reforçara com visitas ao Courel, onde comprovara a vigência da tradiçom, o que serviu a um grupo de jovens militantes galegos para activar a iniciativa. Foi no Centro Social O Pichel, de Compostela, no Outono-Inverno de 2007, quando a Comissom de Memória Histórica desenhou umha ambiciosa campanha para recuperar o pulo dumha personagem que fora sepultada polos novos costumes costumistas do Natal. O honor de reconstruir a iconografia do carvoeiro correspondeu-lhe ao desenhador ferrolao Leandro Lamas, que elaborou a primeira das dúzias de figuras que hoje existem no País.

A partir de entom, os distintos centros sociais do País começárom a organizar as suas ruadas, normalmente nas datas que decorrem entre o 22 e o 31 de Dezembro (em funçom das zonas, o Apalpador baixava às casas a noite do 24 ou a noite do 31), cada vez mais exitosa. A fundaçom das Escolas Semente supujo um novo pulo para a relaçom entre o carvoeiro e as crianças, dado que o incluírom como elemento do seu programa pedagógico. Mais adiante, e sobardando as fileiras do movimento popular, instituiçons como concelhos ou deputaçons, nomeadamente se existir sensibilidade galeguista, lançárom iniciativas de rua e de escola. Centos de ANPAS da Galiza secundárom aliás a ideia. No ámbito comercial, pequenas empresas vendêrom figuras do personagem, e mesmo companhias de entidade como Leyma ou Ikea recorrêrom a ele como engado comercial.

De Ortegal ao Min