Deve ou pode o nacionalismo eleitoral manter relaçons estáveis e em mútuo benefício com sectores da oligarquia galego-espanhola? Essa velha controvérsia, que estoupara com força há mais de duas décadas, quando Xosé Manuel Beiras e Camilo Nogueira se reuniram com Amancio Ortega e salientaram o seu papel no país, voltou estoupar por força. Fijo-o na semana passada de mao de Ana Pontón, que visitava o pai de Inditex, num contexto relativamente semelhante: com o nacionalismo em auge eleitoral, parte da dirigência pensa que a Junta só é governável com certo apoio dos que mandam de verdade. Um outro sector desconfia de qualquer achegamento à oligarquia.

Vozes da Executiva Nacional do BNG ligadas ao independentismo criticavam nom apenas o fundo da visita, senom o seu procedimento; denunciavam que a iniciativa foi tomada de costas aos organismos da formaçom.

Na mesma linha política, umha outra tuiteira assinalava o perigo de tentar assimilar-se ao Regime e ao sistema, precisamente num momento histórico em que a bandeira da ‘rebeldia’ está a ser içada pola extrema direita.

Outras vozes, pola contra, apontavam que iniciativas como estas ponhem nervoso à direita política espanhola, e demonstram ser efectivas para espalhar a mensagem nacionalista e ganhar apoios.

Desde o marxismo leninismo, houvo quem dixera que a hegemonia deve construir-se na guerra de classes prolongada, sem nenhum gesto de toleráncia cara a oligarquia.

O mesmo tuiteiro apontava a existência dum sector do galeguismo que pretende um movimento bem relacionado com o empresariado, e alinhado no plano geopolítico com as teses da OTAN.

Noutras contas, porém, entendia-se que a dialéctica nom é a de ‘reforma vs revoluçom’, senom a de ‘hegemonia vs resistencialismo’, e apostava em medir mais as acçons de governo do que os gestos mediáticos.

Afundando na polémica, outros perfis assinalavam que medir a situaçom galega nos termos próprios dos países centrais de Occidente nom reflecte bem a realidade.

Noutra orde de crítica, certas vozes apontavam que o problema nom é a reuniom em si, mas a apologia dum empresariado que nom respeita muitos direitos laborais.