Nestes dias, os grandes meios demonstrárom o seu enorme poder, permitindo que as notícias sobre o falecimento da rainha de Inglaterra acaparasse a programaçom e monopolizando todas as conversas. Numha mestura entre o género da imprensa rosa e um discurso monárquico monocorde, os grandes canais espanhóis, e também os meios públicos galegos, injectárom discurso político indiscriminado na audiência. Mais umha vez, as redes sociais servírom para exprimir certa dissidência.

Como acontece cada semana no galitwitter, houvo quem analisasse a extraordinária longevidade política e biológica da rainha utilizando a retranca, e aproveitando para formular críticas agudas sobre a incompetência administrativa na Galiza.

Tampouco nom faltou quem vinculasse a falecida rainha de Inglaterra com outros persoeiros galegos que se convertêrom já em parte da paisagem.

O historiador británico Simon Doubleday, experto no Reino da Galiza, e por extensom bem conhecedor da dinámica política peninsular, fijo umha referência também humorística a possíveis paralelismos Espanha-Inglaterra.

Para além do humor, as passadas jornadas revelárom outras realidades: nomeadamente, a eliminaçom de qualquer fissura no poder quando se trata de extaltar os seus máximos representantes, chegando a impedir qualquer matiz ou protesto.

A televisom da Galiza, fiel ao seu papel de meio descentrado e sempre aderido com o poder, pretendia focar todas as olhadas das galegas no que acontecia na Ilha do Norte.

Alguns perfis assinalavam criticamente que os nossos meios públicos fixessem depender as suas emissons dum feito alheio à Galiza, aderindo aliás implicitamente a teses monárquicas.

Se bem que o ideário republicano existe, embora minoritário, também no Reino Unido, a mídia fijo enormes esforços para invisibilizá-lo. As redes sociais, porém, servírom para mostrá-lo lá onde é mais forte, na Irlanda.

Precisamente em dias prévios ao falecimento da monarca, o conhecido músico Robert Waters fazia pública umha dura crítica ao imperialismo británico que rachava o consenso pro-monárquico imposto pola mídia.