As Assembleias Abertas Independentistas venhem de fazer pública umha iniciativa que se enquadra no Dia da Galiza combatente, cuja celebraçom se recuperou no passado ano, após a sentença absolutória da chamada Operaçom Jaro. Numha data que recupera capítulos da Galiza rebelde, e que o arredismo formulou em 2001 pola vez primeira, artelham-se encontros em distintos lugares da memória, com um sentido de convívio e vindicaçom do passado insurrecto do País. Desta volta, a figura homenageada será José Manuel Samartim Bouça, Martinho, um militante humilde e insubornável que marchou em 2010, com apenas 47 anos.

Umha história recente

Baixo a legenda ‘Lideranças amorosas da Galiza combatente’, as Assembleias Abertas resgatam parte da história da luita galega nos 80 e 90, protagonizada por umha geraçom fundamentalmente obreira que padeceu a reconversom industrial, aderiu às fileiras do nacionalismo popular, e apostou finalmente polo choque frontal com o Estado baixo a disciplina do EGPGC. Martinho, obreiro ferrolao que viveu esta jeira na linha da frente mais exigente, abandonou o trabalho e despediu-se da sua família para se envolver em corpo e alma no projeto subversivo, e ofereceu todo o seu pequeno capital como obreiro à causa; sofreu cadeia em duas ocasions, passou polas torturas, e auto-lesionou-se para garantir a integridade dos irmaos e irmás. No seu retorno à Terra nos finais dos 90, com o movimento político-militar desintegrado, implicou-se em novas iniciativas independentistas como os centros sociais e o roteirismo, e acompanhou a mocidade independentista nos seus primeiros e duvitativos passos. Humilde, sempre fiel à sua identidade proletária, ganhou o coraçom de centos de moços e moças da Galiza inteira, mas particularmente de jovens obreiros e obreiras da sua querida Terra de Trasancos. 

A despedida

A derradeira jeira da sua viagem viviu-na no Eu-Návia e na Marinha, nos asteleiros de Návia e Burela, onde teceu fortes laços afectivos, sem deixar por isso o seu contato com terras ferrolás, e sem perder-se, dentro das possibilidades que lhe permitiam as obrigas laborais, nenhum acto do movimento galego. A Coordenadora Galega de Roteiros e a Agrupaçom de Montanha Augas Limpas, a Fundaçom Artábria, Ceivar, NÓS-UP ou Causa Galiza fôrom algum dos espaços que desfrutárom da sua capacidade de trabalho e saber estar. Dedicou à nova geraçom de presas e presos o seu tempo, visitando-os nos locutórios, e nom refugou nunca pôr parte do seu salário em quotas para as iniciativas arredistas.

O seu falecimento em 2010 por causa dum cancro resultou um golpe moral fortíssimo para o movimento, mas ao mesmo tempo, o seu enterro, todo um acto público e político, significou umha das afirmaçons mais sentidas e profundas da galeguidade na nossa história recente.

A iniciativa das Assembleias Abertas Independentistas

Nesta semana, as Assembleias Abertas venhem de abrir um espaço virtual dedicado à figura de Martinho. Nele, podem-se ler achegas de companheiras e organizaçons à sua figura, consultar a sua biografia completa, ou aceder a um album fotográfico com parte do seu trajecto político. Em vindouras datas, as Assembleias Abertas farám públicos detalhes mais concretos da homenagem que se realizará no vindouro outubro.