Somada à inflaçom, aos lumes, à guerra da Ucraína e à crise energética, a seca completa a ‘tormenta perfeita’ deste verao de incertidumes. Além de ser confirmada pola meteorologia, que confirma o maior período de falta de chuva na Europa ocidental em séculos, o fenómeno revela como as sociedades capitalistas de esbanjamento tenhem dificuldades para lidar com estrês crescentes. Também na Galiza, sem soberania real, muito dependente de políticas partidário-empresariais depredadoras de recursos.
As redes sociais ecoam, como nom podia ser de outro modo, as conversas dos trabalhos, das lojas, dos bares, dos festivais: rios no mínimo, campos amarelos, problemas para alimentar o gado, problemas de fornecimento de moradas e negócios, ainda agravados pola ‘invasom’ turística.
Tal é a dureza da situaçom que um dos nossos rios senlheiros, o Límia, desapareceu ao seu passo por Ginço. Com motivo das trevoadas desta semana, algum perfil individual fotografava um mais que tímido repontar da água depois das águas da tormenta.
O que acontece na Galiza acontece no velho território da antiga Gallaecia, e mesmo além; mas pola mudança das correntes oceánicas, a conformaçom das borrascas, e imponderáveis do quecimento global, é curiosamente o nordeste português o mais castigado pola falta de água. Problemas agrogadeiros, de abastecimento e produçom, som os mesmos para galegas do sul e portugueses do norte.
Com abraio e mesmo pavor, comprova-se que a língua de calor e sequedade acada o norte da Europa atlántica. No Reino Unido, a imprensa de grande tiragem já dá espaço a medidas regenerativas e de subsistência que adoptam as pessoas e os sectores sociais mais conscientes: sem ir mais longe, no sul da Inglaterra ensaia-se já com variedades de Oliveira.
Em muitos concelhos do País, nomeadamente do sul, as restriçons avançam. A cidade de Ourense, por fontes oficiais, anunciou que nom pode nutrir-se já da barragem de Cachamuinha. Porém, o ecologismo chama a atençom de certa opacidade informativa, e recorda que para enfrentar a seca cumpre também vigilar a qualidade da água dos rios.
Umha confluência de factores -relacionados com a atitude destrutiva do capitalismo com o meio- causa e agrava o problema. E como o movimento popular recorda, mesmo o plano de depredaçom eólica posto em andamento, que dana acuíferos, fai mais precária a nossa situaçom.
O curto-pracismo político nas instituiçons, e a negativa de muitos concelhos a tomar medidas pedagógicas de poupança, patenteia até que ponto chega a ignoráncia do problema. A conhecida ‘Festa da Água’ de Vila Garcia fijo acordar a polémica.
A interrelaçom entre lumes, seca, modelo energético e nula gestom da água é umha das denúncias constantes do ecologismo, e todas estas fôrom precisamente as problemáticas abordadas por Rádio Cerna no seu programa de rádio.
O desabar de importantes barreiras estruturais aos processos de desartificaçom acelera e agrava o problema. Entre eles, a muito desconhecida desfeita dos humidais, problema de alcanço mundial que também se manifesta na nossa Terra, como recordam as especialistas.