Galiza é umha naçom fanada, esguia, mutilada. Um território circuncidado num rito de iniciaçom que nos apresa numha eterna adolescência emocional. Um território ocupado como pode ser o povo irmao saharaui. Mas a ocupaçom galega é solerminha, doutra fasquia.
A naçom galega finou em 1073 e foi soterrada em 1090 no sochám do reino leonês co rei Garcia. Por volta de 1140 aventáronse as nosas cinzas coa fundaçom de Portugal.
Dende eses recuados tempos apenas somos umha fantasma nacional. Umha fantasma que peregrina a Compostela cada ano como à Meca. Fomos expropiados dos tres requisitos que marca o direito internacional para sermos Estado: territorio, populaçom e governo autónomo.
A populaçom galega vem-se exilando massivamente desde o século XIX por motivos coloniais forçados pola política imperialista espanhola que nos condenou a um arrabaldo do que seguir chuchando a nossa riqueza económica. A nossa dependência colonial é mais forte quiçá pola nossa semelhança linguístico-cultural co seu principal inemigo peninsular, Portugal. Lembramos-lhes demais o único territorio peninsular ceivo das gadoupas castelás.
Ficamos tam poucos galegos e tam avelhentados na Galiza -sendo no passado umha das terras amplamente povoadas-, que se nom for polos imigrantes, a estas alturas as cidades e vilas galegas nom seriam mais que geriátricos e mestos cemitérios.
Que dizer do nosso territorio além de nom ser nosso? Podemos ter-nos por tam propietários como o som os africanos. Mália que aqui nom verá ninguém os cascos azuis. Aos senhores da terra sucederom-nos os senhores do livre mercado sem soluçom de continuidade. Os caminhos da vida oterianos. A fidalguia alheada, senhores de forca e cuitelo, fôrom subrogados às multinacionais do mundo Global mudados numha caste de burgueses anaos. Tam anaos como os daquele burdel aclimatado de Ferreiro. Eles som donos de vida e morte do nosso territorio. O mesmo tem o tipo de propiedade, privada, estatal ou esse roubo sem volta que é a propiedade comunal. Os anaos mercadeam coas vias de transporte que betumescuream o mapa inteiro em redes de autoestradas, viadutos, rotundas e pistas locais dumha vergonhenta parcelária que rematou por retalhar o território para facilitar a viagem das elites, larpar as nossas riquezas e facilitar os incêndios e a deturpaçom do atrasado território senlheiro. A especulaçom do tijolo e o formigom elevada a industria autóctone junto co jacobeu de Santiago matamoros e fecha Espanha.
Umha vez vaziado o rural da gente véu o saqueio da minaria e das repovoaçons florestais. A plantaçom de patacas nos humidais. A destruçom programada da agricultura localizada tradicional e da gadaria extensiva. Nas costas, a pesca e o marisqueio tradicional, afogado pola industria contaminante e os lobbies do mar disfarçados de aquicultura. Ficamos sem território porque os galegos urbanizamo-nos a medida que nos fomos alheando com um conceito errado de progresso. A medida que modernizamos os caciques. A medida que mudamos a língua e o sotaque. Que deixamos talar as fragas nas lapas do progresso. A medida que o carro vale mais que a terra e asilamos os devanceiros. Perdemos o território colonizados pola moda alheia, vendidos às letrinas sem outro afám nem fim que o merco-vendo. Alugamos a identidade.
Hoje o 40% do território temo-lo a eucalipto e matogueira. A metade da Galiza é um palheiro presto a arder pasto da cinzas das Pasteiras. A gadaria intensiva presta a se afundir à sombra especulativa dos mercados europeus e do devalo energético. Os montes ameaçados de centos de projetos de saqueio da minaria e das mal chamadas energias limpas. Energia colonial deslocalizada. Umha bomba de gás, também nacionalista e agora verde, ameaçando voar polos ares a populaçom de Ferrol-Terra. Gás liquado como os nossos miolos de galegos em barbeito. Falsas promessas descarbonizadoras pontesas. Promessas por umha emergência climática que um nacionalismo miope e curtopracista nunca defendeu.
Galiza, aquela terra minifundiária alcumada de autárquica, é hoje umha terra sem resiliência. Só o 3,9% do nosso território dedicamo-lo à produçom alimentar. Deixamos fechar cooperativas alimentarias enquanto desbotamos fundos europeus em absurdas digitalizaçons e biomassas multinacionais num mundo em devalo energético. Acossamos as feiras e mercados tradicionais submetidos à ditadura dos supermercados. Afiuzamos as nossas vidas aos ventos dos Mercados da gram distribuiçom. Expostos à fame negra coa possível quebra das cadeias globais de subministraçom.
Em tempos de colapso temos um território em destruçom acelerada com umha populaçom sem alfabetizar na supervivência, sem ruralizar que só mira o rural para chantar eucaliptos ou fazer rotas guiadas.
Nem território, nem populaçom nem governo autónomo (Cumpre nom confundir com Comunidade Autónoma).Nom, nom somos um Estado.
No Dia da Pátria, Galiza segue a ser umha naçom fanada a escuitar uns rumorosos de repovoaçom que nada dim.