27 de Junho. Entro no hospital provincial, procurando o departamento de Oncologia. Ao chegar, pregunto polo despacho de Francisca. É a hora para a que fum avisado. A familia, que tivera o dia anterior visita na prisom de Teixeiro, queria asegurar-se de que Alberto chegava.

Alberto estava preso ainda estando em nível 4 de cancro. Segundo a própria legalidade espanhola nom deveria estar em prisom. Por desgraça, ademais, nom é o único caso.

Anarquista, amigo das anarquistas, das independentistas galegas e dos movimentos à esquerda deste regime inhumano, Alberto chega ao hospital acompanhado de dous guardias civiles e um ats.

Paradoxalmente, Alberto tem os estudos de Direito rematados. Ao seu lado, custiodiando-o, dous picoletos anónimos, seguramente também pais de familia aos que o tema nem lhes vai nem lhes vem. “No te di permiso para hablar” –espeta-lhe um, para logo, minutos depois, baixar o nível de tensom e permitir que Alberto e mais eu nos acheguemos relaxadamente.

“O livro que che enviei donou-no umha concelheira em Bueu”. Ao polícia activa-se-lhe a mirada. “O narco aquele tinha amigos no CNI”. Ao outro polícia lembra-se-lhe que é um peonzinho no tabuleiro. Alberto é dignificado porque a normalidade atravessa o corredor do hospital, e levo-lhe o Nós Diário e o Novas da Galiza.

“Tem boas vistas essa janela”. É boa cousa olhar para ela porque desde o departamento de Enfermaria de Teixeiro pouco vai ver mais que muros e presos drogados e com enfermedades mentais graves.

A normalidade pseudodemocrática tem estas situaçons absurdas, com a casta blanqueando dinheiro entre jeques áraves, mortos apilonados nas fronteiras e tortura penal.

NOTA: A passada quinta-feira a Alberto seria-lhe concedido o 3º grao penitenciario com liberdade condional por enfermidade terminal.