Chega o verao, e a diferença dos dous anos anteriores, a maquinária turístico-consumista pom-se a trabalhar a todo gás. Macroeventos de “obrigada assistência”, festivais de todo tipo, verbenas, concertos do Jacobeu… mesmo festivais de caráter alternativo. Toda a “industria cultural” do espectáculo que contraditoriamente mestura grandes artistas com o negócio de massas a pé de praia.

É sabido que o mundo da música, a criaçom cultural em geral, precisa dum cenário e dumhas consumidoras; duns altofalantes e duns eventos concretos. No caso do nosso país, dous interesses contrapostos coincidem por momentos na época estival: por um lado a legítima defesa da cultura num sentido amplo e o convívio arredor dela, polo outro a “posta em valor” capitalista ligada ao turismo e ao consumo de massas, consumo patrocinado, orientado ao lazer noturno tal como o conhecemos e a toda a engranagem que aproveita a energia juvenil e nom juvenil (testosterona, etc) para a venta massiva de alcol, com o policonsumo doutras drogas como eixo central.

Que se prostituem as palabras “rebeldia” e “alternativo” nom é novo, nem que a nível europeio se vincula passotismo consumista com a esquerda dos anos 70 do passado século em diante. Tampouco é novo que as papatórias da ultradireita no nosso país tenhem o seu símil pola esquerda neste tipo de eventos, nos que se come caro e mal.

Este ano aproveita-se toda a frustraçom adolescente e post-adolescente que gerou a pandemia, vendo-se episódios de violência entre as iguais em numerosas festas e festivais.

A nivel juvenil, como dizia a psiquiatra Iria Veiga o outro dia numha charla, a geraçom que ai vem já nom suspeita, se nom que sabe com certidume que vai viver materialmente pior que os seu pai e nai, o “no future” é já umha realidade para elas.

Para as quem está na idade mediana da vida, a leiçom é clara: ou resignaçom ou problemas, ou o que é o mesmo, pam para hoje e manhám já se verá. No caso dos macro-eventos, carpe diem mal entendido porque, se bem escoitar música e gastar dinheiro nela é um prazer; ser consumidor passivo, conviver entre a fatiga e descuidar o corpo pola religiom festivaleira, ademais de alonjar-nos doutros prazeres mundanais, remite-nos ao mais cutre primeiromundismo hedonista sem projetos que ponham dumha vez por todas todo patas para arriba.

NOTA: No momento da escrita deste artigo, várias trabalhadoras resultavam feridas,algumhas delas de gravidade, na montagem do festival “O son do camiño”. O festival, longe de ser suspendido, celebrará-se esta semana financiado com fundos públicos e com pratica ausência do idioma galego. O terrorismo da precariedade continua.