A pintada, indo para Compostela, dizia: “Agora, coa nova autovia, somos mais felizes: podemos ir trabalhar a 140 km/h ”
Passárom 15 anos desde aquela pintada. O moço que a escreveu nom voltou pola aldeia, ou ao menos ninguém sabe dele, um cemitério gigante assoma ao lado da infraestrutura e os moinhos de pedra aqueles e os carreiros a carom do rio polas que trabalharam as nossas avôs estám ainda mais sepultados. A autovia, enfrontada com pedras e lume, sem muita outra forma de oposiçom política, foi construida e quem a construi ainda se está a lucrar.
O rio Sar, também lugar de lazer e banho para umha outra geraçom nom tam lonjana, nem sequer serve de atraçom para os guiris e por isso maiormente leva essa cor branca cinzenta que inspirou os rapeiros de Quistiláns e arredores.
“Agás o poder, todo é ilusión. PCRG”.
Indo para A Estrada, desde Compostela, agora, no 2022, um pode ler essa pintada. Sem faltar razom à consigna, cavilando sobre ela, e indagando os diversos significados de poder, a conclusom é a mesma: formamos parte dumha geraçom que se dalgo entende é da noçom de “Tentativa”. No direito penal do inimigo, “tentativa” é um adjetivo que acompanha qualquer tipo de açom ilegal, suponhendo às vezes de atenunante (só às vezes, claro), mas sem por isso minusvalorar o seu potencial nem eximir “delito” algum. No caso galego, havendo centos de açons diretas em menos dumha década, vivimos a tentativa nom de insurreiçom, mas si de instalaçom dum contrapoder enraizado e imparável; em Catalunya a represom contra os membros do Govern catalán levou-se adiante ainda sem ter este exercido com a força bruta a legitimidade do 1-0.
Os ideólogos do poder espanhol som conscientes também de que, logo de imaginar, o coletivo humano oprimido pode dar o passo de tratar de, “maquinar”, como se diz por algumhas zonas, e por isso existe o “delito de conspirar”.
Poucas pessoas se pode dizer que levem adiante os seus sonhos realizando ou completando um plam, porque todo está condicionado para que aconteça provavelmente todo o contrário e muitas vezes os meios de comunicaçom e mercado se alimentam disso. O que si está claro é que sem restos de moinhos, sem a memoria da água e a raíz, sem crianças percorrendo carreiros abandonados, sem pintadas ainda latentes na memória, sem tentativas e ensaios, acertos e desacertos, valentias ou capitulaçons pessoais, conflitos e feridas , esperanças e desilusons… nom haverá nem haveria nunca forma de cámbio, nem posibilidade de exercer autodeterminaçom algumha.