A 30 graus, na cozinha do restaurante, ele comenta:

“Saiches algumha vez da tua zona de confort?”

Ele é imigrante, e sabe que está por debaixo da “meia” trabalhadora galega à hora de alcançar certa seguridade a muitos níveis, nom só o laboral.

Passam as horas entre anacos de papel com menús apontados, berros para sacar o trabalho adiante, reflexons sobre a vida e nostálgias. O verao que vem é para trabalhar e nom há plam alternativo.

Nom é um migrante fechado num CIE nas Canárias, em greve de fame recentemente; nem é qualquer pessoa sem papeis fechada na prisom de León –campo de concentraçom para migrantes encoberto- nem umha pessoa de origen árave castigada em Teixeiro. Mas si um companheiro de trabalho que, pola sua origem, vai ser discriminado e explorado.

“Tes que asumir a tua classe proletária, irmao”

Porque nom nacimos ricos, ou mais bem enriquecidos já de série, por umha história de dominaçom colonial e patriarcal que nos arrincou e nos arranca da natureça, nem somos como Orozco ou Baltar, ou algum desses aos que já a Menina Arroutada tem advertido.

“Que sabes da minha vida, e que che vou contar” Hechos contra el decoro, aquele grupo de rap fussion que já fai anos que nom existe tal vez sabiam do que falavam e seguirám a acompanhar coas suas letras a decenas de geraçons por mui bonito que pintem o conto. Remata a manifestaçom do 1 de Maio, as companheiras de “Regularizaçom xa” seguem a tratar de colher assinaturas ante as excusas racistas dos guiris, os bares enchem-se de pessoas indignadas com colantes do sindicato no peito e as camaretas seguem sem direitos servindo as canhas; na aldeia a avoa segue mais ou menos soa, os autocarros públicos seguem subindo de preço e baixando em disponibilidade, e a vontade segue presa baixo reixas dum ou outro signo, mentres umha rimbombante catástrofe ambiental e humana avança por Europa.