Durante estes dias, cartazes com convocatórias diversas aparecem nas paredes de vilas e cidades. Um meio de difusom já considerado doutra época, o cartaz, e velha simbologia proletária convergem nas datas próximas ao 1 de maio.
Ainda sendo o telemóvel o meio de comunicaçom quase totalizador de todos os meios, pode-se sentir a chamada de atençom dos cartazes, como chamará a atençom a quem veja nas diversas mobilizaçons o desfile de centos de pessoas trás as faixas da amalgama de organizaçons e sindicatos do País. Chamada de atençom também para o poder, e desfile no manifestódromo desde a crítica mais provocadora, mas também desfile de formigas que batalham dia a dia por melhores condiçons laborais desde dentro e desde fora dos centros de trabalho, como trabalham pola cultura as mais de 60 associaçons que acompanhárom a convocatória de Via galega o passado 24 de Abril.
Deste ano, reforma laboral, crise sistémica e militarizaçom auguram umha etapa conflitiva ou complicada, e como em toda luita o trabalho de toupa, as soidades ante situaçons adversas, os dilemas pessoais vários e as tomas de possiçom abrangem umha realidade cada vez mais complexa segundo avança este sistema aperfeiçoadamente fracassado.
Já ninguém oculta os nocivos efeitos que o autómata trabalho assalariado implica para a saúde, nem os efeitos ambientais do sistema que o gestou; como ninguém pretende nem fala de revoluçom algumha ao alcanço da mão, nem da noite para a manhá. “Passar à ofensiva comunista”, ou “oportunidade de revoluçom ante a crise”, som as consignas mais radicais que tal vez podemos escoitar, fora do excepcional movimento feminista mundial, que por sorte todo o empapa.
Pode vir a conto para estas datas o parágrafo do livro O poder em movimento. Os movimentos sociais, a acçom política e coletiva, de Sidney Tarrow, que algumhas liamos ala polo ano 2008: “Movimento: acçom coletiva que obedece duas condiçons: nom está regulada nem prevista pola potência ou poder dominante e as suas leis. Entom, esta açom tem algumha cousa de imprevisível (nom repetiçom). A segunda condiçom é que proponha mais um passo para a igualdade”.
Tal vez, se as nossas palavras nom as dissociamos dos nossos sentimentos –nom caindo assim em adicçons (nom dicçons), expressamo-nos desde a raiz e desde o sustento ético e afetivo a construir dentro de projetos que brindem a ilusom e a força para afrontar o que venha.