Do mesmo jeito que durante os dous últimos anos, a pandemia do COVID -19 foi quem levou a culpa de todos os problemas que sofria o nosso sistema económico, agora este papel está a ocupá-lo a guerra na Ucrânia.

Sobem os combustíveis fósseis, a culpa é da guerra. Escasseiam as matérias primas, a culpa é da guerra. A inflaçom dispara-se, a culpa é da guerra. Embora o preço do barril de petróleo Brent já beirava os 100 dólares por barril antes do início da guerra. Embora a IEA já alertava no mês de maio do passado ano da alarmante escassez de matérias primas. Embora em dezembro a inflaçom já alcançava na Galiza os valores máximos dos últimos 30 anos. Apesar de que seja certo que a pandemia e a guerra estám a agudizar certos problemas, nom se quer admitir todos estes problemas som estruturais.

A culpabilidade em forma de Lei

Mas se o relato que culpava de todos os males à “guerra de Putin”, desde princípios de mês esta culpabilidade materializou-se em forma de Lei. O Real Decreto Lei 6/2022 polo que se adotam as medidas urgentes no marco do Plano Nacional de resposta às consequências e sociais da guerra de Ucrânia entrou em vigor o derradeiro dia do passado mês de março. 

O governo espanhol aproveitou a conjuntura para conceder outro favor às grandes empresas energéticas. Esta nova normativa facilita a instalaçom de novos parques eólicos pois elimina durante três anos a tramitaçom ambiental dos parques eólicos e centrais solares até os 75 MW de potência. Desde a sua entrada em vigor é suficiente um informe de parte –“informe de determinaçom de afecçom ambiental”– e sem necessidade de consulta pública o que complica ainda mais a participaçom da vizinhança e dos demais agentes sociais no processo. Apenas dous artigos fôrom suficientes para facilitar, ainda mais, a voragem capitalista sobre os nossos recursos naturais.

O governo de Espanha justifica esta medida de exceçom na crise provocada pola guerra de Ucrânia e à necessidade de “acelerar a descarbonizaçom e reduzir a dependência energética”. O que nom se fixos durante décadas de advertências do movimento ambientalistas quere fazer-se por trâmite de urgência em contra do rural.