A vida dum repartidor em bicicleta ou em motocicleta é na Galiza, além de ser um trabalho mal pagado e passado por auga, um trabalho “pouco considerado” ao lado de profisons ou pseudoprofisons que já todas sabemos que conlevam um status muitisimo maior cum esforço infinitamente menor; comentava-me um amigo de como em certos círculos académicos se cobrava o mesmo por um fólio escrito que por várias jornadas de peom de obra. Se a isto somamos a herdança patrimonial ou de “ofício”, a injustiça medra até limites insospeitados.

Está a chavalada a sacar pizzas do forno a ritmo de reaggeton, para que nom seja tam tedioso, e a sociedade a minusvalorar a capacidade de análise e açom das pessoas que percorrem as ciudades ou as vilas baixo a chuva ou tremendo de frio, conhecendo cada um dos fogares das pessoas de classes baixas e “meias”,e também os ritmos de vida destas urbes. “Durante o confinamento total a rua era nossa e dos militares”.

Rapazada que conhece os hábitos e os instagrans com pelos e sinais dos seus empregadores. A diferença doutras êpocas, o acesso à informaçom permete saber e conhecer, cotilhear sobre a vida dos que estám enriba: quem fai o contrato, quem som os acionistas da empresa, a onde se vam de férias.

A distribuçom territorial e laboral organiza este “exército de trabalhadoras” dum jeito difuso e nom lineal; algo que tal vez as organizaçons que pretendem ter algo de revolucionárias nom rematam de entender; falta umha tradiçom de luita que empape de vias de atuaçom, referentes e trajetórias, em geral dumha cosmovisom que conete as oprimidas com um futuro por ganhar. Aparte da droga e de todos os “alicientes” que já temos nomeado, soma-se a suposta certidume de tratar-se de situaçons eventuais e a falsa ideia de que “da precariedade se sae” por que quatro ou cinco do bairro tiverem sacado praça entre o funcionariado, sem esquecer misérias a outros níveis como o ambiental das que ninguém se livra.

Também há exemplos de latitudes próximas como os Països catalans com greves contundentes em setores como este e resposta ante o chamado terrorismo laboral. Nom era o caso do nosso companheiro Unai Martinez, que levou por diante a engranagem de Repsol e pola que protestarom em dias passados centos de trabalhadoras. Mas em ambas engranagens de exploraçom, no ámbito industrial ou de serviços, há umha fenda que nom se fecha e que coneta cumha imensa parte do nosso povo, da que as que aqui escrevemos temos o dever de divulgar.