Manuel Gago deixou escrito na sua novela “O exército de fume” (editorial Xerais) umha história na que plasma umha realidade atravesada por diversas quotidianidades ambientadas arredor de 1942. Desde as contradiçons internas da guerrilha galega até o despacho de Churchill, passando polo dia a dia dumha mestra numha vila marinheira.

Em toda esta realidade, dous conflitos ao menos, dos que poderia topar-se paralelismo claramente nos nossos días: por um lado o do povo organizado contra o poder, por outro umha guerra tingida de imperialismos (no livro, a Segunda Guerra Mundial).

A diferença do contexto histórico de inspiraçom para o livro, nem estám as antifascistas a explodir depósitos de Campsa, nem os avions alemaos a batir-se com os ingleses sobre a Costa da Morte. Sim há, sem embargo, prisioneiras políticas a pagar dúcias de anos nos cárceres acussadas de favorecer atos de sabotagem e, por outro lado, armamento militar que está a ser enviado desde os cortelhos do Estado na nossa Terra a um conflito de envergadura mundial.

Mais alá do espetacular, violento ou bélico há, como em todas as histórias, um distinto jeito de respirar nas personagens, toda umha rede de subjetividades que se entrelaçam e/ou se enfrontam , amor, ódio, sofremento e paixom. Se bem a anestésia virtual, alcólica ou do tipo que for inunda estes tempos nossos, vai ser que a realidade crua, a razom dos feitos, como sempre, se impom nos os nossos narizes e nos veremos coa necessidade de tomar decisons que noutros momentos nem sequer nos prantejariamos. Decisons que já se albiscam entre os camions, nos supermercados, ou nas assembleias do setor gandeiro.

Na contracapa do livro escreveram: “Quando duas guerras se juntam, o futuro do mundo está em jogo”.