No passado mês de fevereiro foi publicado o último Balance Energético da Galiza, com os dados referentes ao ano 2020. Esta última atualizaçom revela questons que som de especial interesse por causa da crise energética atual.
Para começar, e evitar confusons, primeiramente cumpre diferenciar dous termos básicos: energia primária e energia disponível. A primeira é o conjunto de produtos –bem de origem galega, bem importada– susceptíveis de gerar energia para o consumo enquanto a segunda é o resultado de sucessivas transformaçons da energia primária sendo, por definiçom, a energia que pode ser usada diretamente polos consumidores finais. Deste jeito, a energia primaria é o cru de petróleo, o carvom ou o vento enquanto a energia disponível é o gasóleo ou a energia elétrica. Também existem energias que podem pertencer aos dous tipos, como é o caso do gás natural. Este pode ser energia primária quando é empregada numha central térmica para produzir eletricidade ou energia disponível quando é empregada na caldeira dumha morada para aquecer a água.
Assim, a energia elétrica é apenas umha porçom –pequena– do total da energia consumida na Galiza. Isto permite entender que o nosso país fosse nas últimas décadas um território exportador de energia elétrica, enquanto no computo global seja importadora de energia primária.
Os dados do balance energético
O primeiro dado importante é a contraçom de mais do 10 % do consumo de energia, causado com toda seguridade polas restriçons derivadas da pandemia.
O segundo dado importante é que a Galiza ainda importa mais de três quartas partes (75,1%) da energia primária total, embora este dado seja o mais baixo da ultima década. Em concreto, o 49,3 % da energia primária que passou por Galiza durante todo o ano 2020 eram produtos petrolíferos importados. Isto explica a grande dependência que tem a sociedade galego, ao igual que quase a totalidade da Europa Ocidental, dos países exportadores de petróleo.
O terceiro é que mais de três quartas partes (75,7%) da energia elétrica produzida foi de origem renovável, o nível mais alto desde que existem dados. Dos 2.159 Ktep (milheiros de toneladas equivalentes de petróleo) de energia elétrica gerada, um total de 1.635 Ktep eram de fontes renováveis. Ao mesmo tempo, o consumo final de eletricidade na Galiza foi de 1.381 Ktep. Disto podem-se extrair várias conclusons. A primeira é que se mantem a tendência de exportar por volta do 30 % da produçom cara a Rede Elétrica Espanhola. A segunda é que a energia elétrica de origem renovável é suficiente para satisfazer o consumo galego (embora sejamos cientes das dificuldades de igualar a produçom à demanda em cada momento). E a terceira é que fica patente que, de ter um sistema elétrico público e galego, poderia-se ter um preço da energia elétrica mui barata, porquanto os custes de produçom da energia eólica e hidráulica som dos mais baixos. Isto faria que, no que se refere à energia elétrica, a dependência fosse baixa. Por nom mencionar que nom seria necessário aumentar o número de parque eólicos ou barragens hidroelétricas.