Vivemos tempos de cámbios e convulsons sociais -pandémia, colapso, guerras- dos que se verám os efeitos seguramente nuns meses e anos e que, se paramos a pensar, já formam parte desta nossa normalidade “apocalíptica” na que nos educárom as que entramos no século XXI sendo moças. Do mesmo jeito que forma parte da nossa normalidade que, para bem ou para mal, nom som só os EEUU os “donos do mundo” e que o poder capitalista reparte-se em vários blocos, principalmente tres, que semelha estarem em pugna. Como no pasado, o capitalismo em crise bota mao do fascismo e da indústria de guerra: os Estados quitam a máscara e elevam a níveis insospeitados o gasto militar (veja-se o que vem de fazer Alemanha), controlo social e represom interior extrema, censura…
Por sorte ou por desgraça, a geraçom de quem viveu a Ditadura franquista toca-lhe recordar e baixar da nuvem da pseudodemocracia e o acomodo. Quem comeu pam com auga e militou sendo isto sinónimo de morte ou prisom, bota um olho ao mundo atual e tem um percorrido mental longo das ensinanzas daqueles tempos. A quem nom vivemos essa época, conscienciadas já do que ai vem e do que é (algumhas desde adolescentes) toca-nos procurar ferramentas práticas para afrontar esta realidade, manter a cabeça no sítio e ter, ao menos, perspetiva histórica.
Se quadra, na limitada correspondência com as prisioneiras políticas, ou na possível comunicaçom com elas, a aprendizagem seja frutífera: acostumadas elas, como estám, a sobrelevar ano tras ano, e dia tras dia, umha realidade crua e de supervivência com todas as letras. Sendo como som vizinhas nossas, bem podemos contrastar com elas as realidades que atravessamos, pois na prisom o “estado de guerra permanente” é nítido e palpável. Por solidariedade, mas também por cair da burra, toca aprender delas do mesmo jeito que aprendemos das nossas avós. Neste mundo nosso, que é à vez “um estado de Entroido permanente”, toca, como sempre, cuidar-se e estar fortes, sem que o contínuo “estado de shock” no que nos querem ter nos impeda reflexionar e atuar.