Segundo o último dado da DGT, de novembro de 2021, o parque móvel na Galiza é de 2.223.082 veículos, dos quais 1.595.785 som turismos. Se temos em conta que na Galiza a populaçom nom chega a 2,7 milhons de pessoas, temos que há mais de 82 veículos por cada 100 pessoas, incluídas as crianças. Um dado completamente desproporcionado e excessivo: quase um por pessoa!.

Como cada início de ano, as associaçons do automóvel, associaçons de fabricantes e concessionários, anunciam o número de veículos fabricados e vendidos no último ano. Segundo informa Anfac o número de veículos fabricados nas industrias espanholas baixou a 2.098.133 unidades, um 7,5 % menos que no ano 2020, quando a economia se paralisou por causa do inicio da pandemia. Se o dado se compara com o 2019, o último ano de “normalidade”, a queda ascende ao 25,6 %, o que quer dizer umha baixada de mais de 700 mil veículos. A culpa desta caída é, segundo as mesmas fontes, a escassez dos semicondutores necessários para a fabricaçom de chips e por este motivo a queda é geral em toda a Europa.

Mas além da caída na fabricaçom também houvo umha queda na venda de veículos. Segundo os dados da DGT, no ano 2021 inscrevérom-se na Galiza 47.599 veículos, dos que 33.173 eram turismos, a cifra mais baixa desde o ano 2014. Como pode apreciar-se na gráfica de abaixo, a queda é geral mesmo desde antes do início da pandemia.

Intentando reverter esta situaçom, os diferentes organismos públicos estám a injetar  no mercado umha ingente quantidade de fundos públicos, como por exemplo as recentes ajudas do Plano Renove, que concede entre três e quatro mil euros para mudar de carro. Mas todo parece indicar que nem as subvençons som suficientes para evitar que o negócio se afunda. 

A precariedade laboral derivada de umha crise que já dura mais de umha década, nomeadamente entre a gente mais nova, e a perda de poder aquisitivo geral por culpa de umha inflaçom desbocada, está obrigando a que a gente renuncie a ter carro próprio, um bem de consumo excessivamente caro.

Neste cenário é pertinente lembrar que ontem o preço do petróleo Brent ultrapassou os 90 dólares por barril, cifra que nom se alcançava desde o ano 2014. Este é um valor, que de manter-se no tempo, pode causar estragos no sistema económico a nível mundial.

Todos estes dados indicam que o modelo de transporte atual baseado no carro privado e nos combustíveis baratos está a chegar ao seu fim e é urgente umha mudança radical.