A realidade é um revolto, nom a damos medido ou descigrado, porque todo ocorre ao mesmo tempo

Isabel Allende

A terra, a minha terra e a sua gente suspiram por umha volta à dignidade. Para que isso for possível, precisamos outra maneira de fazer logo que aprendamos um pouquinho, quando menos, do que há tempo leva passando e do que hoje segue acontecendo. Polo mesmo suspira gente doutras terras do mundo, num ” totum revolutum” permanente pola sucesom dumha crise trás outra. É umha espécie de novo denominador comum de pessoas e terras, mais teremos que aceitar que os problemas nom se vam amanhar só cos desejos. Dito doutro jeito: a pandemia de seu nom vai ser motor de nengum câmbio, como muito, foi o detonador dumha nova crise. Todo o demais, som faladorias. O verdadeiro problema que temos tentar resolver é umha nova crise do sistema capitalista. 

A nível internacional, nada aponta a umha nova geopolítica de paz e da irmandade senom a umha recomposiçom ou recolocaçom dos espaços, e a primeira provatória deste novo alinhamento poderia olhar-se nos organismos internacionais, tanto no seu financiamento, no seu funcionamento ou nas agressons e insolidariedade, tanto em matéria energética como climática crescentes. Quiçá, na carreira por encontrar umha vacina ou menzinhas para umha melhor contençom das doenças mais graves, podamos assistir a umha colaboraçom certa das equipas de investigaçom primeiramente, porque o restabelecimento do funcionamento da economia é umha necessidade para todos os contendentes na geopolítica mundial e, secundariamente, porque também a patente dos descobrimentos, será um bom negocio como já tenho dito e argumentado. 

Nos Estados e nas conformaçons supranacionais como a UE, máis de mesmo, novos enfrentamentos proteger o espaço ou o peso relativo da parte no conjunto. Aparentam disputa ideológica pero mui por riba, estám as finanças de cada quem. Mais que potencialidades estám a pôr-se de manifesto, debilidades e contradiçons nos seu fazer e no seu “status quo”. A gente do comum e que som governadas nom tenhem os mesmos problemas que quem as governa. A realidade demonstra que moitas das açons dos que decidem nom tenhem em conta à maioria social, ou mesmo a desprezam na gobernança.

Umha prova do anterior comprovasse nas dinâmicas políticas concretas de cada Estado membro. Veja-se na perspetiva espanhola o funcionamento insustentável (e nom por independente) senom por insofrível dos três clássicos poderes do Estado (Legislativo, Executivo e Judicial) na gestom da pandemia, veja-se a situaçom dos trabalhadores da saúde e a situaçom na atençom sanitária, veja-se a situaçom dos que precisam da atençom social, veja-se muitos serviços que se tenhem que cancelar por nom poder ser atendidos polas baixas laborais maciças, veja-se como podem viver os que nom tenhem trabalho nem umhas mínimas condiçons de subsistencia, etc.. E pese a todo, alguns ainda berram, viva Espanha!!! 

E que dizer, dos remendos na reforma laboral entre governo, patronal e os sindicatos CCOO e UGT. É umha clara demonstraçom de cegueira política e social e da falsidade institucionalizada. Nem derrogaçom nem farrapo de gaitas, só é umha mudança dalguns artigos diante dos que mandam na Europa e na Patronal (CEOE) para que os fundos dinerários prometidos ao Estado espahol nom tenham problemas. Ou seja a concreçom do princípio “algo em troca de algo” fíxose realidade. Mesmo algum efeito positivo já foi negativizado neste tempo de espera por algum dos sindicatos assinantes, como no caso da UGT Endesa. Os convénios coletivos ultraactivos já nom vam devolver-nos os 515 milhons de euros que nos sacárom dos nossos direitos como trabalhadores para agasalhar aos acionistas desta empresa. Estes impresentáveis “representantes” tenhem nesta açom umha prova única e exclusiva do seu ENTREGUÍSMO. Polo tanto, a que já fica petrificada logo desta novela do PSOE, Podemos e do sindicalismo espanhol monopolista coa reforma laboral do PP é a crise, nom os direitos da classe trabalhadora. 

Velaí as dificuldades que terá a xente comúm para saír disto. Nom vai ser doado quando abram a cancela de saída ainda que seja a poucos. Mais convém dar-lhe já umha volta agora ao que temos por diante, venhem tempos e situaçons criticas para o conjunto dos que se comprometam com umha mudança real. Se é assim, o melhor e deixar-nos de preocupar polo que vam fazer os demais e ocupar o tempo em concretizar os objetivos no curto e no meio prazo e luitar por atingi-los com umha aposta clara.

Considero que é umha obriga reforçar toda organizaçom nom integrada no sistema. É o tempo de somar e minimizar as discrepâncias na estratégia e na açom. Quem quiger fazer nesta linha tem que pôr-se a trabalhar já, com valentia e sem medo. Nom som tempos de esperar a que escampe. Nom vai ser possível a salvaçom individual vinculada à salvaçom do sistema. O que vem de seguido: menos direitos, salários congelados ou com perda de poder pola inflaçom, menos emprego, mais precariedade, recentralizaçom política e laboral, medo social e potenciaçom das forças armadas e da policia, assim como das organizaçons sociais geridas politicamente ou vinculadas à confesom religiosa, co objectivo de salvar a economia como eles a entendem e a practicam.